Veias abertas, esta manhã
pois que uma transfusão de sangue, apenas,
é o suficiente
para o seu caso.
Alimentar tuas todas células
com outro manjar
dormir a sesta
ao som diletante e heróico
dos ponteiros,
um ferruginoso entardecer
Basta,
para você.
Veias abertas
e caixa aberta
que uma nova alma vem tentar
No lugar da sua;
as minhas veias são os caminhos
para dentro de mim.
É uma sensação frugal,
ao som de um pince-nez quebrando
Abre-se-te a caixa torácica
Ao mesmo som diletante do meio-dia
E sentes como se estivesses pondo
Teu verbo para dormir.
(Poema do livreto "Iuri Gagarin", lançado em 2008)
Um comentário:
Os últimos versos são fatais, nessa pira narcótica de viagens ao âmago.
Gosto muito, Isaac.
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