25.2.11

Fim do Verão

As encostas têm apontado as lanças para as constelações de pássaros. Seus filhos testam a carga dos balcões , vão os aposentando por invalidez. As revoadas lançam charadas em ponto cruz, e a cada engasgo trazem nuvens quentes pelos bicos. Do ventilador virá a poeira, e cada vez menos os dias o alistarão. Promovido, se tornará o fator vivo de alguma bandeira nova que esticará as pontas em chicotadas, como a bandeira falsa da lua falsa de um pouso antigo no deserto do Arizona.

O Sol coleciona agora os já esquecidos feixes, que alimentam para os crentes nichos isolados de luz divina. As cores nublam suas malhas, a hora por pudor se castra e os dias já não são tão longos. O cristo vem pra ser um quadro cinza de mata, pedra e turistas cinza. As lojas se acanham, o funk empalidece e as avenidas vão fermentar cerveja.

Os patos, sendo mais pescoço do que rabo, tendem a voar de costas. E já não temos caçadores nem cães, e como eles, temos farejado bifes envenenados. O varal também testa sua energia e amontoa roupas esquecidas no que foram os parapeitos de um sonho.

Com as dicas e a fúria dirigida, o verão não se culpa pelo embasbacamento, mas prega roldanas e contrata elenco para que o puxem pelas pontas.

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