16.6.10

Num meio de um ilhó arrependido

Se opto por retaliá-la com dura pena
Por que? Não vou cruzá-la em Ipanema
Moral: divórcio, botei ponte de safena

Querendo, vô pro mundo, um nu cansado
Como? Não vou dançá-la mais no fado
Prisão: de ventre, tenho, dói o rim safado

Ah! Como quero o teu ventre em mola
E eu? Fiz-me, a ti, sempre padim-ola
Tensão: se cai, corro, pronto-cola

Não tem mais ‘mamãe do nosso filho’
E ele? Viria mesmo, aí que pilho
Dobra: transa, transo, soja e milho

Ó! tô prestando à outra bola
Onde? Se quiser me siga a sola
Querer: poder, um papo, esmola

Sofrendo, não se venha pro meu lado
O que? Já me atende, o meu recado
Livre: volto, a ser-te, o Bem, Amado

Se a matasse como aos índios, Aponema
Lembrar? Só se o teu poema em rena
Final: sem zoar-te, duro, em longa pena

Amo-te, amo-te, amo-te, amo-te, amo-te, amo-te, amo!


Rio de Janeiro – 2004

3 comentários:

Philippe Bacana disse...

genial

Heyk disse...

piadista e amoroso o rod, um canalha com coração...

Rachel Souza disse...

Milho e soja à serviço da cafonice amorosa. Ahhhh...! (suspiro de mocinha em flor)