Salve, leitores e artistas do Maná! Fico muito grato pelo convite e feliz em fazer parte de um grupo tão intimamente envolvido com arte! Espero estar a altura do convite... vamos lá!
Minha proposta (e é mesmo proposta, pode ser negada, criticada, apedrejada, ignorada etc.) é um tanto estranha e não imagino se funciona ou não. Proponho publicar aqui essencialmente poemas a cada dia 27. Tudo bem, poesia é algo estranho hoje em dia, mas não estranho o bastante. O estranho é o seguinte: abaixo do meu próprio poema, vou fazer alguns apontamentos críticos a respeito. Pra não soar cabotino, pra mim, só vale um número par de comentários. Se eu apontar algum recurso interessante, preciso apontar um momento frágil. No entanto, para eventuais leitores, vale tudo, pode descer a lenha sem dó, ou elogiar, porventura.
Meu propósito (para deixar claro) são dois: desmistificar o trabalho do escritor - esse mito antigo, especialmente reforçado pelo romantismo, do divino, do nefelibata etc. - e promover o movimento crítico - tal como Machado, acredito que a crítica é importante também pro artista.
Será que vai se mostrar algo válido a ser feito? Vejamos...
Recurso: para manter a ambiguidade entre aquilo que se é e aquilo que se veste (mote publicitário bastante usual), procurei manter palavras semanticamente afins aos dois campos, como "costumavam" (de "costume": roupa)), "avistam" (à vista), "revestindo" e "provando".
Crítica: também procurei, com a forma do poema na folha, sugerir um chapéu ou, ao menos, um chapéu estranho, com as estrofes de cinco versos em diferentes métricas e a base em dístico. Claro que não consegui.
Perdão
-
Quisera ver-te em suplício
mas logo me dou conta
– e, de tudo, logo isso! –
que tu és eu.
Sou eu quem me amedronta.
Quisera acusar-te de tudo...
4 comentários:
bem vindo rapaz, ou benvindo, no português que quisermos.
Olha, o tema não me intrigou. me chamou atenção o cuidado a ele. os chapéus, engraçado, viu isso mesmo, ou pensou num filme sobre trabalhadores comuns nos anos cinquenta na urbanidade? o contraponto é entre o que é adereço extra corpo e o que é adereço adornável do corpo? cabelo/barba?
enfim, não entendi direito, nem sei se devo levar a sério essas perguntas que fiz.
rostos e pescoço fazem um par sonoro agradável. não vi onde quis chegar com o poema. em que o enquadra?
olha, espero que tenha tenha perguntado demais, mas se o tópico é desmistificar, está aberta a berlinda.
Abração!
"provando que quem não ergue ornamentos ao topo dos cabelos
vai com eles enterrados ao pescoço."
Entendi como a idéia de que a vestimenta, o adorno, representa, diz sobre caráter ou condição. Possuidores e possuídos.
Compreendi isso, mas não fica claro que as palavras "costumavam", "avistam",enfim, esclarecem a ambiguidade qual querias passar. Acho que ficou por conta da tua subjetividade, a mesma que cria a crítica do leitor que pensa.
Gostei, mas também a idéia de formar um chapéu com a métrica não foi de tirar o chapéu. =p
Abraços
Ou melhor, a idéia foi boa, a execução que não rolou. Como tá na notinha de rodapé.
Salve, meus caros, desmistificar sempre! =) A ideia é bem essa que o Heyk falou e também tenta conversar com aquele conto do Machado, mas só tenta, porque pega outro rumo logo de casa. Estava pensando na inevitabilidade do adereço, que esse papo de naturismo "pós-queda" vira mais um dos tantos chapéus que botamos na cabeça. =)
há braços e vamos!
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