(em meio a toda zona e gritaria)
A bonitona apontou-me:
“É pra entregar o pacote – e cismou:
Com coração, corpo e alma, ao meio-dia”
Eu disse sim com a sem cabeça
Em hora fui, a vise, passei-lhe suas frutas
A ricaça dedilhou-me:
“Benzinho o Audi na esquina da Rainha
E tomemos já um suco no luxo; tenho 35, tá, moço”
Eu disse sim com as mãos
Peguei carregado de verdura, pus ela no carro
A mãe de gêmeos riu-me:
“O pai dos bebês tá de viagem
Falta não lhes faz, mas necessito cuidados!”
Eu disse sim com o nariz
Escolhi pra ela a aba do abacate mais cheirante
A professora empurrou-me:
“Longe da escola, menino!
Vou te passar a lição do beijo”
Eu disse sim com a boca
E, logo, ela concordou que a cana vinha docinha
Ao fim da xepa, com a maçã arredondando o bolso
Fui encontrar o meu amor,
ouvir poquinho sua voz e dizer-lhe nada.
Rod Britto, 2004, Rio de Janeiro / Brasil.
Perdão
-
Quisera ver-te em suplício
mas logo me dou conta
– e, de tudo, logo isso! –
que tu és eu.
Sou eu quem me amedronta.
Quisera acusar-te de tudo...
5 comentários:
Chapei, Rod!
Achei ótimo!
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Eita, diabo!
Fantástico, né?
Mal se sabe o que passam os bonitos pobres no carrossel do subdesenvolvimento.
Que bom de ler! Li com ouvidos de imaginação disso tudo acontecendo com o nariz, com a voz do benzinho dizendo nada.
São como aquelas casinhas que você encontra no meio das cidades grandes, meio sozinhas na sua majestosa interiorisse.
Gostoso de ler!
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