3.1.10

Não serve mais

Te apresento o meu sorriso meia boca
Meia cara, tanta luta, tanta dívida
Te apresento o meu jeito desregrado,
Meu cabelo despenteado, meu soluço,
Tanta esquiva que esboça vida

Eu sinto a falta do almoço e do jantar

Que minha mãe oferecia sem eu precisar comprar
Eu sinto a falta dos meus dias mais completos
Meus domingos indigestos que demoravam a passar

Tantas mudas, tantas vigas, tantos espinhos
Que já sangrei até cansar, já calei até gritar,
Já sentei, e já cansado de sentar, deixei derramar
Vinho tinto no meu terno favorito
Só assim eu pude ver que de tão sujo,

Já não me servia mais.
Eu já não servia mais.

5 comentários:

Anônimo disse...

Great! Acho que já chegou em si com destreza poética, reveladoramente, de mão por coração. Coragem a minha de querer uma fendinha. Abraço, Rod.

Victor Meira disse...

Lindo, Leo! Lindo, mano. "Não serve mais" é um acerto. Encarar a carcaça velha, engatilhar e meter uma bala no cadaver.

Conveniente pro despertar de um ano novo, né?

Abração!

Rachel Souza disse...

Poema de despedida, de malas na mão e de "adeus,não me siga"!
Bonito!

Philippe Bacana disse...

cara, meu sonho é recitar isso decorado. meu sonho!
lindo demais Leo!!!

parabens, ta mto bem arranjado.

há braços!

Leo Curcino disse...

obrigado, galera. foi jogado na tela. acho que é bem assim que o ano deve começar. 2009 já não serve mais.

que venham coisas novas para todos nós.