Queria tanto um amor, súbito,
Devastador, sem sentido,
Que me arrebatasse,
Me desmaiasse,
Me amassasse o vestido
Queria que me encontrasse,
E me observasse à distância,
Como alguém da mais remota infância
Um alguém sorridente, de covinha indecente,
Que me dissesse nos lábios
O mesmo que meu peito
Que me batesse nas veias
O mesmo fervilhar sem jeito
Queria tanto amar
Sem culpa ou lugar, caminhar na calçada
- de mãos dadas -
Ser feliz na orla, na sorveteria,
No bar, na drogaria
Meu cachorro, sua poesia
Queria tanto saber que fiz alguém feliz,
Que esse alguém sente minha falta,
Que me procura nos desenhos das nuvens
Me bastasse uma vida contigo
Me bastasse um minuto de ti
Me bastasse...
Perdão
-
Quisera ver-te em suplício
mas logo me dou conta
– e, de tudo, logo isso! –
que tu és eu.
Sou eu quem me amedronta.
Quisera acusar-te de tudo...
5 comentários:
Nostálgico poema... raro sentimento hoje em dia. Bom resgate da simplicidade do que é familiar. Freud complexizava isso numa antítese cruel e patológica, mas quando poesia vira histeria, quem se salva? Então, que o cachimbo seja só um cachimbo. E boa sorte no amor, pra você!
Parabéns pelo post.
lindo post, lindo poema...lindo é o amor.
parabéns, pela suavidade.
Cada dia melhor....
Parabéns...
Malaspina pai...
Ontem me disseram que só adolescente se apaixona e sente essas coisas todas...do 'alto' dos meus 20 e poucos anos, tô quase convencida disso...o que é uma pena.
ah, o amor. essa palavra tao verbalizada, tao sinonimada, tao criticada, tao falada, etc e tal, virou clichê, se perdeu... tanta gente acha que é so tema de novelas das 9 ou desculpa pro comércio vender no mês de junho, mas o fato é que esse sentimento de gostar de alguém além da conta pode não ter um nome ou definição. isso é que faz dele uma coisa bonita.
confesso que gosto de escrever sobre o amor.
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