5.12.09

Da desumanidade dessa noite

É uma covardia
A luta silenciosa
Que se passa em mim

Como posso competir
Com seus traços
E a intempérie
Do seu olhar?

É uma covardia
Que você não tenha
Quatro olhos

Como posso competir
À escolho de te perder
Se estúpida é minha suplica?

Fico num vazio premente
Esperando que teus dedos
Sustentem meus desejos
Mais egoístas

É uma covardia
Que você não tenha
Quatro braços
E nessa forma tão humana
Seja capaz de conquistar
Beatos tão obstinados

Arrevesados
E intumescidos
Dum porre soporífero

É uma covardia
Que você não seja celeste
E tão pouco possa poupar
Os humanos
Do marasmo

É uma crueldade
Que só exista uma
Com todas suas limitações
E seu tempo caduco

É uma brutalidade
Estar sozinho
Enquanto você existe
Em algum canto desse planeta

4 comentários:

Tulio Malaspina disse...

eu e curcino, eterno apaixonados! ahahhahahah

Carina disse...

pois é, seu auto-comentário já disse tudo Tulião!

mas é, alguém tem que SENTIR o mundo nessa vida né, alguém tem q fazer o trabalho sujo...

Leo Curcino disse...

cara. fantástico!

uma puta declaração de amor brutal, daquelas que não passam desapercebidas.

parabéns!

tomazmusso disse...

rs, muito bom, principalmente a ultima parte.as pessoas precisam ouvir coisas assim. uma citação p vc: " pois quando estou amando, é parecido com sofrer..." valeu! Abraços!