Sua embriaguez derrama delírios
Delira palavra.
A mão receia
Anseia.
O lobo feroz se solta na madrugada.
Rosna.
Canino à mostra.
Agarra decidida
Põe coleira de dentes.
O suspeito se confirma.
Aceita seca investida
Planta-flor-carnívora
Que pede mais e não sacia.
Do livro Fragmentos do imaginário
Perdão
-
Quisera ver-te em suplício
mas logo me dou conta
– e, de tudo, logo isso! –
que tu és eu.
Sou eu quem me amedronta.
Quisera acusar-te de tudo...
4 comentários:
clássico diálogo do "fragmentos", é a narração não de um embate mas do embate.
gosto disso de aceita seca
e de que pede mais e não sacia.
gostar disso é sadomasoquista.
bonito!
curiosamente, quando primeiro postado, em abril de 2008 no blog Presença, este poema não trazia estrofes, sendo um corpo único.
o focinho do poema rosna, animalesco.
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