Reforçados com pingos de nanquim 0.3
Virei croqui e nem vi meu ser que jaz
Da pintura errada, virei verbo soberbo
Daqueles que você se esforça pra não usar
Daqueles que você coloca adjetivo no lugar
Uma noite apenas, talvez, nunca mais
Meu traço só era bonito de longe
De perto virou borrão, desmanchou
O couchê virou fosco
Amassou, por fim, rasgou
Nem tive tempo de me mostrar
Talvez, você esperasse uma aquarela
E ainda era tudo um rascunho
Nem houve chance de terminar
Pensando bem, nem de começar
Uma noite apenas, talvez, nunca mais
E semana que vem, tanto faz?
Então pega o papel e joga fora...
Ou pega o papel e deixa eu fazer meu auto-retrato
Que é pra não ter chance de se enganar.
Perdão
-
Quisera ver-te em suplício
mas logo me dou conta
– e, de tudo, logo isso! –
que tu és eu.
Sou eu quem me amedronta.
Quisera acusar-te de tudo...
Um comentário:
faça o auto- retrato,
independente de quem irá ver...
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