11.4.09

Atrasado

delírios diários
o cotidiano, coitado(!)
de passagem no contra-fluxo
entre buzinas e carros
encontram-se sentimentos

à venda(!!)

enquanto durar estoques
mas só se o preço for barato(!!!)
e a reação, torpe

3 comentários:

Chammé disse...

Gosto bastante, Caco.
Gosto dessa imagem urbana, de vida na calçada, de sentimentos citadinos; paradoxais, pois a cidade é um grande não-lugar, sempre corredor e nunca destino final. Enquanto tudo é efêmero e passa ali - pessoas, carros e buzinas - ficam os sentimentos, mesmo que à venda, baratos e infames.
Mando vê.

Heyk disse...

Caco, boníssimo, filhote.

Dos melhores poemas seus que vi!

tá aí!

falando nisso, manda de novo a epopéioa pra mim pra eu ir fazendo o livreto, já é hora.

Abração, guri!

Caco Pontes disse...

caraca,
fico impressionado com a possibilidade de gerar estas reflexões-visões a partir de um lance tão subjetivo como o poema nosso de cada dia. Também me amarro no que meus trutas de geração têm aprontado por aí, quer dizer, heyk e pedro arrepiam na parada, sem dúvida, cada um na sua pegada, né não?

abção, povo!