13.3.09

#13 Queridos Bandidos III


É o Peri. O Peri go. O nome é esse. [E pela segunda sexta 13 da ano!]
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Como toda marca, ela pretende se enraizar no consciente e no inconsciente de todos e dessa forma, quanto mais espaços ela conseguir ocupar mais força ela tem. Peri go é, como a Eixada, como o Maná Zinabre, uma marca. É ponto de encontro, é. É bem feitinho, é. Mas é marca. Diferente de uma repartição pública que age como um câncer, a marca age como o protozoário mais ordinário. Ela depende do hospedeiro. Com o hospedeiro vivo, a marca vive. Mas que ela toma o corpo assim como o câncer, toma.

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Daí vem o Peri. É o índio romântico do Zequinha. É o índio que vai, go, Peri. Go, Johnny, go. Lembra? Só que é o Peri.

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Junto com o Giovani Baffo (poeta, paulistano) e o Bruno Cordeiro (músico, carioca) bolamos uma marca. A marca disponibiliza lazer, caos, e cálculo. É como se fosse uma consultoria. Se auto-ajuda é consultoria, acho que poesia descartável, de rua, deve ser também.

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Unimos alguns dos poetas do Rio de Janeiro, e largamos convites para outros por aí. É coisa pouca: juntamos uns poemas, fazemos um livrinho (12 ou 16 páginas), colocamos uma capinha safada, o nome do artista que assina e passamos o carimbo: Peri go. É isso. Unificação. Circulação sob uma mesma imagem. A ideia de coleção, hoje e de novo, para mostrar relação, para mostrar proximidade, para mostrar serviço. E já temos nove títulos.

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A poesia é aquele troço: a turma tira tudo do umbigo, do subjetivo do subjetivo e reclama que não tem leitor. Isso em tempos em que mesmo na internet o debate é ralo, na rua é pior ainda e os coletivos se esvaziaram. Uma marca em comum, a colocação de caras que não tem nada em comum, a não ser a vontade de pôr o trabalho à mostra, sob um carimbo pode ser joia. E é nisso que estamos apostando.

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Estão nessa Ayná Cadetti, Bruno Cordeiro, Giovani Baffo, (eu) Heyk Pimenta, Raísa Inocencio, Rod Britto, Sergio Cohn, Victor Meira. Os outros são só convites ainda. Estão convidados os que souberem que marca e poder andam juntos. E os que sabem que fazer arte, sem ter herança muito grande e nem família quatrocentona, é fazer política, estão convidados.

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Essa é a parte literária, o resto é terrorismo. Poético. Assustador?

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5 comentários:

Victor Meira disse...

E dá-lhe marcas mesmo.
Tô curioso, quero ver o livreto!

Unknown disse...

viva Sérgio Cohn!
marcas / e o pseudo mercado editorial (underground?)
viva Mário e Oswald - Andrades
amores possíveis e detestáveis...

tomazmusso disse...

eu gosto.
a marca entre poesias.
a poética da ação
e
a ação poética...
inventando e cantando,
só assim né mano. quero ver também, hehe!

Na Transversal do Tempo - Acho que o amor é a ausência de engarrafamento disse...

Quero ver o livreto e virar coletivo.

Na Transversal do Tempo - Acho que o amor é a ausência de engarrafamento disse...

queor cantá poema de novo, preciso de vento de gente de dentro.