22.5.08

William Galdino 2


Passagem, gravura em metal 6/8 - 2007

Tá aí o segundo trabalho do William aqui no Maná. William, apareça por aqui pra falar pra galera sobre o trabalho. Já postamos, isso a uns quinze dias, uma litografia do autor.

3 comentários:

william disse...

Bem,dois são os motivos para a ausência dos meus comentários. O primeiro é a escassez dos meus acessos à Internet, o segundo é o fato de que falando sobre o trabalho acabo influenciando/interferindo na leitura do mesmo. A apreensão de um poema , de uma gravura ou qualquer outra manifestação artística é subjetiva o olhar de cada um dialoga de uma maneira diferente. Quanto mais possibilidades de leitura uma obra possibilitar melhor, maior será sua capacidade de reverberação. Cada um traz suas próprias vivências que geram uma observação ímpar.
Sobre a primeira gravura publicada no blog não tenho muito a falar, acho que o que a “minina” disse é mais que suficiente, fico muito feliz pela maneira como ela deitou os olhos sobre o trabalho e com sensibilidade e inteligência adentrou as possibilidades semânticas sugeridas na litografia. o título “isso você tem que carregar” (retirado de uma canção da banda Fellini) já deixa quase explícito o que as imagens apresentam, o que você leva vida adentro: a consciência da morte, teus amores , tuas perdas, tua barca de memórias.
Sobre a gravura em metal (passagem) há algumas imagens que são recorrentes, a figura feminina, o círculo dentro do quadrado, o círculo como representação do tempo e o quadrado como espaço (o tempo preso no espaço) novamente a consciência da finitude. há um imaginário de memórias, a imagem da bicicleta cuja presença está fortemente marcada na minha infância é uma ponte (passagem) entre fim da infância e a descoberta do ardor do sexo, explicitado na palavra VENTRE, de onde o homem vem e pra onde está sempre tentando retornar.
Muitas dessas observações se dão posteriormente. O lado racional durante o ato de criação participa de maneira sutil, não costumo entrar com muitas idéias a priori quando escrevo, desenho ou gravo, o diálogo é que vai construindo o caminho e o “resultado” muitas das vezes é uma surpresa para mim.

Para quem não queria escrever falei até demais.
Abraço e longa vida a arte fosca do maná .

Heyk disse...

Massa! Massa do fundo coração. QUe a coisa se estenda e que troquemos mais!

Isaac Frederico disse...

rapaz, este trabalho é um dos melhores do william, o vi exposto num evento no parque da catacumba.

apesar da leitura totalmente pessoa de cada um, creio que neste o vile dá o caminho das pedras, pois que imprime a palavra "ventre" no peito de quem olha.
não há homem que não trema diante do ventre, e eu já ia dizendo "seja entrando ou saindo, ou saindo-e-entrando" mas aí fica a leitura :)

abraços maná !