25.10.07

Gente olha pro céu

Corre gente a oito montanhas daqui. Tanto que não dá pra saber se a manada é masculina, feminina ou bilíngüe. Ultrapassaram a velocidade do lapso de memória, e, descarnados, se esfacelaram no ar. Eram agora um vendaval (empadinha-supersônica recheio suspiro-farofa).
Com o orvalho de uma madrugada de ver filme foram virando patê de atum, devagar, mas rápido ainda. A maionese de peixe foi fluindo no movimento peristáltico das ruas.
O Sol queimou durante dias até os tacos de golfe se calarem. O patê endureceu, descascou e tudo ficou folha seca - uniformizou o cinza.
Bactérias decompositoras exigem, clamam, batem pé: "Up date já na fôrma de fazer gente". Por falta de diversidade do produto o consumo estagnou. Houve um crash nos commodities da carne humana e monte de folha seca foi levado por um rastelo justiceiro.

5 comentários:

Welington de Sousa disse...

Gostei desta " rastelo justiceiro" você escreve estranhamente bem ! é interessante e diferente tem uma certa elegância só me resta lêr te mais , quanto de como tomei conhecimeto foi através do Victor meira ele leu alguma coisa minha eu retri bui a leitura e mantivemos este virtual contato , quanto a minha página www.poemasparalernoonibus.blog.spot tenho que atualizar bom fico nessa espero ter matado tua curiosidade abraçopoemático e até a próxima !

Welington de Sousa disse...

Veja também www.artwel.multiply.com

Alben disse...

Tive a honra de ouvir o Heyk declamando isso pessoalmente. A leitura me causou uma mesma impressão positiva da confusão gostosa não prepositiva que só ele faz.
Meus parabéns amigo ManaZinábrico.

(depois, com mais tempo eu faço uma análise daquelas q você sempre exige)

Victor Meira disse...

Foi-se a era
do remexe e destrói
da arte-fera
que só constrói
pra descondicionar

A relevância
se serve da entropia
que come da vontade
que existe em quem
faz

Os ratos que tecem
as flores do agora
se escondem e aromam
a poucos

Exalo o vômito
de fragmentos de outrora
pra buscar a forma
do que virá a ser
o jamais-agora

E na busca,
crio o hoje

---

Zinabrutos dessa távola disforme, tomai forma!

Heyk disse...

E 'e justo isso.

Essa mistura de despojo, hipersensorialidade intelectual e cosquinha 'e uma sa'ida vis'ivel dessa clubencia na qual nos atormentamos sem dar resultado nenhum fora dessa caixa bidimentsional.

Qual 'e a nossa relev^ancia? Qual 'e a produ'c~ao que conta? Qual 'e a finalidade desse gastar verbo? Isso n~ao 'e uma casa de ch'a, nem de massagem!

Quero a caoisa clara. A coisa cara pra me manter, a coisa in'ospita e cheirosa, sabem? O revolver perguntando que d'a nalgo mais bonito do que o j'a dito j'a cansado j'a morto.

Mas claro mesmo eu n~ao consigo ser.
que comecem os trabalhos, os debates.

Qual 'e a nossa?