8.10.07

Cosmopolitopoema

Divido-se em muitos

Elemento-me em tantos

prédios plantados no coração

da cidade.

Árvore gira ao redor da pista

Trecho em cinza - um café em branco.

uma palavra solta ao meio-dia

outra palavra: escrita dentro de um táxi.

gestos gritados na condição do poema - bem no centro.

andei durante horas

mas poucos sabem o que vim fazer aqui,

cidadefico-me.


Daniel Bosi

8 comentários:

Anônimo disse...

Sou uma cidade sem prédios, sem táxis, sem homens. Tenho apenas plantas, fungos, peixes e pássaros.
E talvez répteis. Talvez talvez.
Café poético, café branco, café sem açúcar... Andei alguns minutos e descobri onde está meu caminho, longe do centro.
Abraços!

Anônimo disse...

Ainda bem que vocês vivem em cidades diferentes. Distantes, entre prédios e pássaros.

Heyk disse...

o negócio pula. não vou escrever pra ser didático. adorando a resposta. se simples arrumado antes pelo poema do re-falo. ou achando que tem forma parecida nesse biscoito. a conversa corre fina e elementar. essa última leva arrebentou o rabo do cachorro. coisa qual ordem de místico novo. falta a capa. a cor roxa. quase lá. vinda a viva viva. E no fim um ufa. tá prestando. nem sou eu que vou falar do morto. voueregir enquanto pulsa. tá vivo? é meu amigo. morreu. caiu chuta que a formiga come. mas se tá aí. respira. ufa. é grosso o caldo. nasceu com pêlo não saiu do ovo.

e agora sério: ahh...

Victor Meira disse...

Eis a poesia das impressões. A poesia que vê e toma nota pra que o leitor não veja, mas sinta o que o poeta sentiu ao ver.

Todos são cidades de pássaros, prédios e lagartos. Todos são existência plural, na medida em que tudo lhes é, e lhes lança seu existir em tudo.

É doce, jogada, sintética e respira.
É o autor e o leitor.

Bacana.

Zé(d's) disse...

somos eternamente cidadificados... cultura de massa é cidadificação!

Érico Perim disse...

"andei durante horas

mas poucos sabem o que vim fazer aqui,"


Pode sofrer? Se indentificar da forma mais baranga que um leitor pode buscar num texto?

Adorei
Beijos

Carina Bentlin disse...

Cidadeficar, fiquei a excrementar


Urbanizar-me-ei

Concreto-me.

Peguei a contra-mão
Azul-mar quero ser
Verdejarei num olhar
Tudo quanto é cinza
Tudo que é cinza
Verdejarei

Heyk disse...

carina,
adorei e terminou mal.

mas caramba...

esse negócio do '-me'

tá trazendo ótimos frutos