O alarme perdido é aquele que se perde nas dimensões do tempo-espaço.
Tempo-espaço é aquela hora-lugar onde ninguém sabe quando-onde.
Ninguém podia com as forças do destino. Ele era maior do que os deuses do olimpo.
Naquele tempo, ainda não haviam despertadores, relógios d'água, e nenhum alarme concretista.
Ao meio dia o sino toca:
Não perca o tempo, sino. Senão não almoço na hora certa. -Assim disse um camponês num prado longe numa hora longe.
É que ele planta pra eu comer. Será que ele frequenta a igreja que toca o sino que ele ouve?
Será que ele ouve o sino porque não tem escolha? Eu não frequento nenhuma igreja. Mas se o sino atrasa, o camponês atrasa, eu atraso.
Ele terá que basear-se em outro meio de avisar quando é a hora de fazer o que. Outro tipo de alarme, ou outra forma de camponês. Outros vegetais. Ou o camponês muda de religião. Ou não acredita naquele sino. Repito: Ou ele muda de alarme.
Penso que nossos alarmes próprios devem ser respeitados, que tudo o que nasce de dentro, deve vir à tona, majestosamente. Devia ser ciência, isso daí.
Ontem à noite um alarme me gritou. Um alarme de dentro. Um lembrete importante. Era de dentro, eu não quis ouvir.
Temos infelizmente, a triste mania de sermos auto-desrespeitados.
Nosso alarmes interiores tocam, mas nós não os aceitamos. Não fazemos planos para eles.
O alarme grita e vai embora, sendo que na verdade quem está indo embora é você mesmo.
Somos um só com o tempo, ou talvez não.
Os alarmes de fora são programados. E são cheios de dúvida também.
Quando o seu tempo chega ou seu alarme toca, é hora da pausa. É tempo do silêncio.
Se esse alarme toca e você não escuta, o segundo alarme, o de fora, vai tocar. Mas não se sabe onde e principalmente quando ele toca, mas toca.
Quando isso acontece, será uma notícia que veio até você, porém sem tempo-espaço. Podendo ser qualquer tempo-espaço.
Quando a hora enlouquece, o alarme grita - A qualquer hora.
O futuro é uma viagem ao tempo, só que sem volta.
será que estive brincando com com o tempo, o futuro, a viagem, o alarme?
05:54 da manhã: escuto um grito,
alarme perdido.
Daniel Bosi.
Perdão
-
Quisera ver-te em suplício
mas logo me dou conta
– e, de tudo, logo isso! –
que tu és eu.
Sou eu quem me amedronta.
Quisera acusar-te de tudo...
13 comentários:
nosso alarme. é, nosso alarme é sinistrinho mesmo.
Aprender a ouvir nosso alarme faz bem .
eras isso.
os dois primeiros versos são del carajo! Tem uma parte explicativa, uma parte auto-ajuda e depois volta a ficar bom no final.
"Temos infelizmente, a triste mania de sermos auto-desrespeitados."
Bravo! Bravíccimo!
Merecia sintetismo e construção poética. O texto é de uma prolixidade desnecessária e, - pra ser só um pouquinho mais redundante - fastidiosa.
Ao menos não se faz em cima de uma má idéia. O texto começa com uma promessa gostosa e se perde em mediocridade. Ler os últimos parágrafos é torturante.
Bom, bem vindos ao circulô do poetá egosista e do comentário asperô. Os comentários refletem o respeito verbalizado na pura sinceridade sem demagogias. Dói no começo, mas no decorrer do processo a gente percebe que o soco na cara é a verdadeira forma de respeito entre os bons homens.
Só um detalhe: adoro os hifenísmos.
Um enorme abraço desse poeta-inglês.
Victor Meira,
acho que não entendí muito bem quando você fala em mediocridade.
qual é o sentido que você quis empregar nessa palavra?
Pô, apagaram meu comentário. pq?
medíocre é aquilo que está na média.
a média é pouco. Toma que tenha sido isso. Medíocre quer dizer isso. Mas não sei em que sentido nosso crítico parafraseador de literatura e arte quis dizer. Concordo que é medíocre nesse sentido. Tem auto-ajuda, tem uns clichês. Quando li o começo tbm achei que era um puta texto.
É isso, Heyk.
se "É isso, Heyk." , por que você não me explicou quando eu te perguntei?
e outra:
"(...) soco na cara é a verdadeira forma de respeito entre os bons homens."
achei que isso era um blog, não um ringue.
fica em paz, você e o myke tyson.
é.
lembrando do negócio que o negócio aqui tem que ser prazeroso tudo melhora, eu acho.
pra mim esse assunto aqui tbm encerrou, sem soco! tem forma melhor de se debater poemas com sinceridade!
O Heyk não sabe brincar, joga água fria em cima. Se bem que os meus amigos não estão sabendo muito não
Eu gosto do patrulhamento mala-sem-alça do Victor e também acho que soco na cara* é forma respeitosa de convivência, mais do que qualquer insatisfação velada que, para mim, esconde sempre o sentimento de superioridade, sua amiga inseparável.
Vocês podiam assistir melhor Dogville para aprender a lição de casa do titio Lars Von Trier.
Beijos
Érico
Ps.: Fica claro que o "soco na cara" é não é literalmente, né?
Hahahaha!
Chega, né?
Po, vo começar a classificar as figuras de linguagem que eu usar aqui nos comentários, pra evitar os piadismos oportunistas...
Galera curte é uma peleja...
Zinabraços!
medíocre !?
:O
o texto é muito bom e pelo visto polêmico. sinistro dani. já te disse isso né?
adios.
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