15.2.11

BY

Esquenta

No carnaval do Rio a alegria arma: gemada; arama; água; tiro de bombardina e higiena; e quem mais mantém por dentro? Quem não quiser, que não atrapalhe, tá; se transplante, se estoque de coração, gaiate longe, e volte já – na napa só da outra segunda-feira, não se entregue fácil, deixa que o outro trabalhe sovacos por pierrot mal criado. Quais, quais, quais, vai?! A charanga não atrasa e a culpa não é do Ronaldinho Gaúcho, enrubescido. É dia, uma ova! Hoje, sói, pra fora com os últimos pretos e pobres traficantes no caminho! Cancela a favela; marca e cobre! Os últimos eram os do Centro, na ponta de uma linha extensíssima, pra lá de São Paulo, Bahia, Minas, depende a cidade, conte a sua estória, pavio-curto, diriam os mais ou menos emocionáveis, que procuraram correr com a coisa pra ver pronto. Esculhambar contra o fecha tempo. Estamparia nas camisas. Tipo uma nuvem que se atirou fora pra longe e esquentou as cabeças de geral aqui, que não, não passara por vingança, nada. Nuvem não faz furo, nem em máquina! Ó. Draco! Pessoa ingrata não volta na cidade da polícia, ah, não, chame de chão o cão! By: bota um bar! Mas que calor, mais!

Levitar fantasia

Agora que pegou fogo nos barracões da cidade do Samba, veja só, vão coser a mil pra arrumar tudo, entra cortina, a já! Assim é ótimo, é digno, é mágico, é samba, mas a coisa da prefeitura do Rio liberar uns milhões de emergência já se faz abuso, porque na cara dura falado aos munícipes empolgados já por qualquer menor vacilo do tipo 3. Noutra parte da cidade, caso, o motorista, digno de seu carro, de beiradinho alumiado pela câmera reclamando que caíra encima de seu automóvel quando guiava polpo por debaixo uma parte considerável da passarela velha esquecida pelo descaso municipal; quebrou o carro; ele sobrevivera até essa, ainda bem; e o prefeito gato e gaiato profissional, direto da city-samba na zona, mandando dizer através de um que aos poucos – desde sabe lá de quando, curte respeito, em Mr.retrospect do centropeito – estão trocando as carrapetas-passarelas na Avenida Brasil, mas é coisa que demora mesmo, e as passarelas estas – off mau uso pena capital da do Niemeyer – vão caiando caindo (como há uns tantos quilômetros ainda sempre à frente também a casa do Darcy, o contrário disso), com gente encima, gente embaixo. Brasil mesmo. Um dia morre e, se algo descontente remanescendo, bota de vez na oficina norte-americana; dos tais veios possantes; ligações draconianas; by life até. Oficina de criação. Mas não só primar repreender. Se a alegria é guia francesa, que trabalha a junção. Sobreviva ao menos o motorista atingido, se chatear em pleno carnaval carioca. Enfeite com capuz e a gentona extramúscula da força. Eu mesmo folião desejaria aquela multidão, só que invertida, do livro do Sílvio Pereira; em segundo, da escadaria de Odessa. Pra não ver, a base de força, ir fora e não pra fora a realidade múscula carioca. E dizei na.

Saldão – Dispersão

Senão pisei, o carro pálio seguiu mesmo pro subúrbio carioca, avariado total, fechando pelo super-triplo-zíper da Brasil, vacilante, assim capacitando, desmontanhando, tirando os seus sustos, dando ódio e odeio pra nome dos bairros, numa forma de simpatia-santa. Aceitei a pagada da conversa, por me dar a vez, fomo junto. Chegando lá, puto que tava, não me serviu de sua esposa uma moqueca fitadeira do bairro todo, o Irajá, essa. Nem reparou. Saiu a dar pipocos delirantes na direção da sarna zona sul, e bareou. Logo me despedi e me fui. Voltei em trem; antes pus uns dois mil palitos a andar. Dentro, by carnival, crispei um. Falando nós do Ronaldinho Gaúcho sair nos quatro dias dos comuns. Com que roupa dele eu vou. Dou o direito de ele ir na minha casa, enrubescer; e meu cartão é nada ventando estrias entre Méier e Mangueira, desencapuzando esses lugares só na força rota da composição. Querendo nos empregar pelo menos um no outro, desviamos duma saraivada translúcida de tiros. É que pelo cabelo que não tem sangue, deslizante, passarelante, era o Gaúcho, vai ver

Perdido (sem capa)

Latindo. O suvaco de cristo a cinquenta reais na fundição progresso.

Rod Britto – Rio de Janeiro / 2011

Nenhum comentário: