1.2.11

Aos ateus (ou a quem crê)

Escrevi esse texto como resposta a este post no blog do Joezer, portanto não conheço a função dele livre desse preâmbulo, já que ele é, em si, efeito causado. Estou postando o texto integral, pra que soe e se abra como foi posto lá, sem intensões de ter argumentos de aço; aberto mesmo - e talvez mais convidativo à pedrejada, proposta fundamental e a tempos pouco praticada aqui no Maná Zinabre. Dá-lhe.

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Dizer que deus não existe é ingênuo. Minimamente, deus existe em dois âmbitos.

Primeiro, existe como figura fundamental na estrutura do imaginário, que reúne todos os conceitos representativos do "máximo" e se relaciona com as idéias do todo, do perfeito, da complitude, do extremo, do pai, do gerador.

Depois, existe como um enorme colosso social, presente em todas as culturas (mesmo que sob diferentes formas), influenciando ações, servindo como régua superegóica que dá parâmetro à noção de moral de dado grupo social, criando instituições, conflitos e pacifismos, reprimindo desejos naturais e saudáveis, criando sentimentos de culpa, mas ao mesmo tempo alentando os fracos de espírito, sendo um chão, uma promessa, esperança e conforto.

É insofismável: deus existe. A existência dessa figura na estrutura psicológica e nos rituais, crenças grupais e ações sob seu nome, alegam a existencia dele.

Aí a partir disso cada um escolhe o time que quer vestir, que tenha a fantasia mais poderosa, e faz as pequenas customizações individuais que ninguém deixa de fazer, pra que a idéia desse deus seja auto-convincente, perfeitamente sinérgica com o indivíduo criador.

2 comentários:

Leo Curcino disse...

é como dizem: em alguma coisa a gente tem que acreditar.

Victor Meira disse...

Será?

Não dá simplesmente pra escolher aceitar a existência de todas as possibildades, suspendendo o julgamento e a crença?