19.9.10

Conserto


(Mesquita em Esfahan, Irã)


Eis a chave de fenda, amigo.
A bitola do teu peito,
A mudança de conceito,
Uma ferramenta sóbria,
Conserta-te óbvia,
Atende-te, feito.
O hidráulico coração
Diz-te tanto,
Por que não ouves,
Que fazes que somes ?


O suado rosto, tenso,
Um medo imenso,
Uma diarréia desidratante,
Teu processo errante,
Teus cigarros na banca,
Tua banca indecente;


Sai daí, tou contigo,
Te ponho uma toalha molhada
Na testa inchada,
A febre demente,
O corpo débil sente,
A flama acetilênica
Do conserto urgente.


(Do livreto Yangon, lançado em outubro de 2009)

Um comentário:

william galdino disse...

E aí marujo.
O devir sempre presente em seus versos,e a mudança continua sendo a melhor ferramenta.
Abraço.

P.S já estás pelo Rio?