Pensando nessas questões epistemológicas sobre a nossa arte, acabei escrevendo uma poesia.
Bom, ela pode ser até para um amor, um amigo, enfim, um retrato de algo, que pensa assim, age assado. Ou será que não é?
Sobre todas nossas dúvidas, existe algo que me aflige mais: a dualidade individual-universal.
Afinal, sempre fazemos por nós mesmos?
Quando começa o outro e o um termina? Onde está a ponta da linha que costura isso tudo?
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Contemporânea I
Entrou na casa como quem entra no mar
Fez poemas e canções das paredes
Fincou bandeira no telhado
Semeou entre raízes do pátio
Sementes de ilusões
Colheita de ilhas
Sua foz é na nascente
Não deságua em parte alguma
Vai vil
Assoriar em si mesma
Nas orlas sorriam curumis
Entre a neblina crivada na passagem
Iara disse: - Não vá!
Guri atenta à mãe?
O idílio desfez o campo
Flores e sonhos em ida
Nos idos
Névoa gris
Ao fundo, um poço opaco
Flutuantes estátuas
Arthus Fochi
Perdão
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Quisera ver-te em suplício
mas logo me dou conta
– e, de tudo, logo isso! –
que tu és eu.
Sou eu quem me amedronta.
Quisera acusar-te de tudo...
Um comentário:
dor de cotovelo é foda,
e o poema é bom que só ele mesmo. bonito. gosto do tom. se não foi comigo, foi com ela que aprendeu!
abração
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