Tenho pouco mais de quinze minutos para escrever-lhes algo que valha os quinze minutos que levaram lendo. Lá vou. Começou 2010, isso não é dávida alguma, lá vamos nós de aluguel da vida, como diria nosso pleno Caco Pontes. Andei por aí e muito vi. Ou quase nada, já que faço mesmo é olhar pro céu, que é quase igual, e olhar pros meus sapatos, que andam a furar-se à quilos.
Desde que o ano acabou tenho planos, o último decidi agora: mudei o nome da coluna, agora ela se chama Peri, go! que é o nome da coleção de poesia descartável que toco junto com Arthus Fochi, Tomaz Musso, Bruno Cordeiro e Rachel Souza. Já são vinte títulos publicados, e nos fins de 2009 decidimos fazer alguns up grades gráficos: usar papel melhor, cópias melhores, capas melhores e melhores estratégias de divulgação e distribuição, por enquanto: bons preços e muito cansaço.
A ideia é passarmos a publicar livretos (que já fazemos) 12, 16, 20 páginas, em formato 10x10 cm, em xerox. Também publicarmos livretos de luxo, capas em papel cartão e cerca de 40 páginas, além de livros, projetos de tradução, e antologias à altura de nossos anseios e gostos. Interessados e curiosos que reclamem. Além de pontos alternativos de distribuição como sebos, brechos, bares e salões transexuais.
A outra coisa: Leiam a Le monde diplomatique Brasil desse mês, à uma boa matéria sobre a decadência da poesia, o VIL, verso internacional livre, o slam, o poema show, o documento poético, o TEXTO, tudo isso é discutido e pensado com a luz da desinportância de nós, poetas. Aliás isso é interessante, o artista não detentor dos meios também é assediado como um trabalhor comum: as revistas e livros trazem dicas para ele, ele deve estar sempre informado e interessado, se capacitando para o mercado de bunbalelê de que ele um dia sonha em fazer parte. Que coisa engraçada, digo isso porque a Das Artes desse mês traz uma matéria sobre como ser artista jovem no Brasil, ela custa 17 reais.
Discutamos a auto performance do artistaempresário, o assédio que esse desgraçado sofre e outras coisas que por ventura os interessem, caros leitoresatores.
Desde que o ano acabou tenho planos, o último decidi agora: mudei o nome da coluna, agora ela se chama Peri, go! que é o nome da coleção de poesia descartável que toco junto com Arthus Fochi, Tomaz Musso, Bruno Cordeiro e Rachel Souza. Já são vinte títulos publicados, e nos fins de 2009 decidimos fazer alguns up grades gráficos: usar papel melhor, cópias melhores, capas melhores e melhores estratégias de divulgação e distribuição, por enquanto: bons preços e muito cansaço.
A ideia é passarmos a publicar livretos (que já fazemos) 12, 16, 20 páginas, em formato 10x10 cm, em xerox. Também publicarmos livretos de luxo, capas em papel cartão e cerca de 40 páginas, além de livros, projetos de tradução, e antologias à altura de nossos anseios e gostos. Interessados e curiosos que reclamem. Além de pontos alternativos de distribuição como sebos, brechos, bares e salões transexuais.
A outra coisa: Leiam a Le monde diplomatique Brasil desse mês, à uma boa matéria sobre a decadência da poesia, o VIL, verso internacional livre, o slam, o poema show, o documento poético, o TEXTO, tudo isso é discutido e pensado com a luz da desinportância de nós, poetas. Aliás isso é interessante, o artista não detentor dos meios também é assediado como um trabalhor comum: as revistas e livros trazem dicas para ele, ele deve estar sempre informado e interessado, se capacitando para o mercado de bunbalelê de que ele um dia sonha em fazer parte. Que coisa engraçada, digo isso porque a Das Artes desse mês traz uma matéria sobre como ser artista jovem no Brasil, ela custa 17 reais.
Discutamos a auto performance do artistaempresário, o assédio que esse desgraçado sofre e outras coisas que por ventura os interessem, caros leitoresatores.
10 comentários:
E dá pra encontrar essas matérias na internet? Dei uma fuçada nos sites das revistas, mas não encontrei.
Sabe o nome das matérias, mano? Rola meter uns links no post?
Abração!
Boa idéia victor linkar as matérias se elas estiverem disponíveis. O diplomatique acho que ainda é viável. A última vez que vi custava algo em torno de nove reais se não me engano, mas 17 reais na das artes, tá de brincadeira.
E dando continuidade as sugestões de leitura expostas pelo heyk, vai aqui a minha:
"o mundo codificado" do filósofo Villén fluser, tive oportunidade de lê-lo essa semana. livro fundamental pra qualquer pessoa que se interesse por arte, design, imagem, escrita...
o villen fluser foi um dos primeiros teóricos a atentar para as mudanças que a era da informação tecnológica nos traria, a desmaterialização das coisas, o possível "fim" da escrita , o retorno ao pensamento imagético(idade média).
A gente tá no olho do furacão por isso talvez não consigamos perceber a dimensão dessas mudanças.
bem o livro é um pouco caro 55 reais na edição da cosac naif.
Mas na relação custo benefício vale a pena o investimento. abraço e até.
Fluser é esperto, é considerado pai da poesia em mídias digitais e tal.
Mas agora, meus caros: é parte da performance, se o texto expõe que o artista é assediado e impingido à comprar revistas, é claro que nada disso está disponível. Compremos? A questão está aí: Investirás do trabalho antes de ter dele sustento? Ler coisas em revistas de especulação artística é investir no trabalho?
Nada está disponível.
é!
tipo dízimo.
pq parar e ler um poeta d rua é uma coisa, tirar do bolso e levar é outra.
eu compro arte quando gosto/posso. mas na hora lembro da questao de ser artista e consumir arte como se isso aumentasse a chance de minha arte ser vista amanhã.
Se algo de nosso interesse está posto em "revista", é importante ler e ter uma noção do panorama, da cena. Ler coisas é saber, é uma parcela do que se deseja. O resto é suor e sangue. Claro que o que está "revisto" é apenas uma amostragem que pode ou não corresponder à realidade de quem lê e pode ou não interessar.
A Rachel falou legal. Consumir uma revista é investir em informação e conhecimento. Esse investimento é um investimento no nosso trabalho? Sim. Mas não quer dizer que isso é melhor do que escolher não consumir aquele meio midiático. Abrir mão do consumo de certas informações também é uma maneira de investir no nosso trabalho. Nosso trabalho surge das nossas escolhas, do tempo e da vida. A revista é um meio que traz um tipo de informação acerca da atualidade das coisas - logo, pro artistaempresário, pode ser valioso. Mesmo que esse artista descubra que nada de novo ele extraiu daquela matéria, pelo menos ele consegue saber o que se diz a respeito dele, da turma dele, ou o que andam pensando sobre isso, e o que andam contando pro pessoal por meio da mídia.
No mais, já que "é parte da performance" a falta do conteúdo aqui no espaço virtual, sugiro outro meio bacana de não gastar os 28 mangos: dar um passeio por uma livraria/biblioteca e ler as danadas. Moro perto de uma Fnac e de uma Cultura, pra mim é acessível, haha.
O artista também consegue assediar o meio.
Irmão, a poesia não é descartável, e sim o material que utilizamos para publicá-la.
No mais, um abraço grande
eu ia perguntar se dá pra achar o material online, mas a pergunta já foi respondida.
poesia descartável me interessa.
que joia, gente, adorei o decorrer do caso.
saibam que a poesia é sim descartável: se não fosse não estaria no ostracismo patológico em que se encontra. Viva ela, morte à ela! Tudo por ela.
Olhem: acho sim que saber o que estão pensando é terrível e importantíssimo. Não necessariamente a informação será aproveitada mesmo, mas aproveitaremos o fato de saber o que se pensa, memso que não pensemos o mesmo.
Vamos de próximo debate? E Vamos às livrarias ler de graça, ou como nós, eu robson e bruno, que roubamos a le monde da banca.
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