É uma covardia
A luta silenciosa
Que se passa em mim
Como posso competir
Com seus traços
E a intempérie
Do seu olhar?
É uma covardia
Que você não tenha
Quatro olhos
Como posso competir
À escolho de te perder
Se estúpida é minha suplica?
Fico num vazio premente
Esperando que teus dedos
Sustentem meus desejos
Mais egoístas
É uma covardia
Que você não tenha
Quatro braços
E nessa forma tão humana
Seja capaz de conquistar
Beatos tão obstinados
Arrevesados
E intumescidos
Dum porre soporífero
É uma covardia
Que você não seja celeste
E tão pouco possa poupar
Os humanos
Do marasmo
É uma crueldade
Que só exista uma
Com todas suas limitações
E seu tempo caduco
É uma brutalidade
Estar sozinho
Enquanto você existe
Em algum canto desse planeta
Perdão
-
Quisera ver-te em suplício
mas logo me dou conta
– e, de tudo, logo isso! –
que tu és eu.
Sou eu quem me amedronta.
Quisera acusar-te de tudo...
4 comentários:
eu e curcino, eterno apaixonados! ahahhahahah
pois é, seu auto-comentário já disse tudo Tulião!
mas é, alguém tem que SENTIR o mundo nessa vida né, alguém tem q fazer o trabalho sujo...
cara. fantástico!
uma puta declaração de amor brutal, daquelas que não passam desapercebidas.
parabéns!
rs, muito bom, principalmente a ultima parte.as pessoas precisam ouvir coisas assim. uma citação p vc: " pois quando estou amando, é parecido com sofrer..." valeu! Abraços!
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