Na rua posso ver
As pessoas
Na sua caminhada
No céu posso ver
As nuvens
Em sua empreitada
Do alto, tudo
Parece um
De baixo, um
Parece tudo
Mesmo
Posto do avesso
Tudo continua
Igualmente lógico
Os íntimos
Duros de medo
No olho da rua
São os mesmos
De todos os tempos
Careca de tão fodido
Na altivez de que
Sua merda
É mais
Bosta
doquetodoorestodomundointeirojunto.
Perdão
-
Quisera ver-te em suplício
mas logo me dou conta
– e, de tudo, logo isso! –
que tu és eu.
Sou eu quem me amedronta.
Quisera acusar-te de tudo...
5 comentários:
Muito boa...menos a última. Estragou.....
Malaspina pai..
eu achei o poema beeem simples, isso estruturalmente.
estrofe um e dois:
rimas como empreitada e caminhada aparecem sem muita necessidade, onde nem o som nem o sentido fortalecem o verso.
estrofe 3 e 4 e 5:
onde ele joga oposições e ferramentas de binarismo que o barroco gosta e que todos nós usamos em momentos pra ressaltar paradoxos, mas aqui não passou de uma inversão conhecida.
estrofe 6:
eu gostei. você usa rimas próximas, inexatas, mesmos, medo, tempos, todas numa construção que não chega a sair do binarismo de oposição, mas que une coisas boas: íntimos duros de medo. Gostei, disse mais pra mim esse pedaço.
estrofe 7:
Aí termina com uma afronta ao megalômano, meio piadinha, com um recurso que não sei porque as pessoas tem gostado que é usar todas as palavras juntas sem espaço, que eu acho um saco.
é isso tulito! conta sobre o poema aí.
heyk, muito bom, muito bom!!
tá mais do que claro os pontos que você levantou, valeu por comentar.
esse poema me martelou quando estava caminhando por uma passarela em cima da 23, saindo do ibirapuera.
a idéia inicial foi de fazer um vídeo poema, que ainda espero fazer nesse tema da perspectiva.
sobre o recurso de não usar espaços, também não sou muito fã, mas no momento de foi como um jorro e assim coloquei.
apesar de que o último poema do berimba, com o mesmo recurso, achei que ficou muito bem encaixado.
hermano, abraçosssss!!
Massa, Túlio!
Gosto da ideia do video poema!
Vamos falando!Valeu!
começou na levada classica em terminou em grande estilo PCC (pós caos contemporâneo) e dá-lhe apagão... que venha 2012, sem receio!
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