Vi por esses dias o palavra encantada, documentário de uma diretora de nome judeu difícil que não lembro direito. Isso foi numa oficina que alguns quadros do praticamente finado cep 20000 estão ministrando no sesc na Tijuca. Toda quinta feita levam a poética de uma arte em específico ao debate. Na primeira quinta o assunto foi poética na canção, quem ministrou foram os integrantes na banda os outros, Botika e Victor Paiva, parceiros de composição há dez anos, ambos escritores.
O debate correu muito pouco em torno da poética na canção, andou por aí o debate, falou de funk, empobreceu-se, mas no que tange uma estética da canção, da vocalização, dos fenômenos correlatos e contemporâneos João Gilberto e Elvis, foi interessante.
O que me chamou pra dizer isso é que também eu tenho composto. Aí fico mesmo pensando uma estética da linguagem a partir do propósito de enfiar o texto na música, fazer enfim a canção. E pra compartilhar isso com todos trago uns trechos de letras que temos feito com as melodias do Azulay, um Na sala do sino.
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flanela e álcool tubarão
medalhão de são cristóvão
talismã de seu luís
embaixador do caminhão
óleo de copaíba tem pinhão
da araucária
couro curado coco verde
vargem grande e urucum
cortina de guizo livre ventre
areia a vista
na rota do trigo
barriga vazia
18 quilates da porta que bate
em além paraíba
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indalécio cavaleiro
cortando catraca na bruma
brejando noite à ferradura
de frente ao espigão dos setenta
aterra que terra que aterra
que aterra que aterra
esse monte menino
aterra que a terra vai dar
dinheiro
alforge guardado na mala
dobrado junto com a alma
debaixo do peso do ponto e da espada
guardado guardada
zé pereira larga o bumbo
tem mato pra derrubar
vem trator e vem machaco
que tem gente pra chegar
guarda da obra cercado
que aqui era um mato cerrado
vem nascendo um prédio quadrado
brotando no meio da mata
pega a gaiola do canário curió
caipira belga
pega a balança e a gongorra
dos menino
que as folhas tão caindo
e os tronco já vão pro chão
nova guantã
nascendo no mangue
nova guantã
nascendo na ilha
nova guantã
nascendo no morro
é nova guantã
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Tem mais coisa, mas essas tão mais fechadas já. É pra isso que pus isso aí: Isso nunca foi declamado. Onde tá a divisão da poesia em relação à letra de música quando quem as escreve é o mesmo poeta. Vamos brincar de pensar suporte pra linguagem?
Perdão
-
Quisera ver-te em suplício
mas logo me dou conta
– e, de tudo, logo isso! –
que tu és eu.
Sou eu quem me amedronta.
Quisera acusar-te de tudo...
4 comentários:
caraaamba maluco! essa poesia ta foda! me dá vontade de ler!!!! pow... me mata de orgulho.
Gostei muito dessas poesias quando as ouvi cantadas, encaixou bem e me fez pensar que quem faz melodia também é poeta. Poeta do som.
Assim como faz toda a diferença o jeito como a pessoa declama, faz, também, toda a diferença a cadência que se dá às letras quando jogadas num ritmo acompanhado por outros sons - os instrumentos.
Mudando de assunto, gostei da última frase "Vamos brincar de pensar suporte pra linguagem?" - nela encontrei a resposta pra minha dificuldade em expressar tudo que penso. E você sabe bem disso. Acho que as pessoas conseguem ouvir as respostas que tenho na cabeça.
Pensei....pensei...pensei e achei uma resposta - que não consegui expressar em palavras escritas. Daí veio um estalo:
o suporte da minha linguagem é o pensamento.
ótima! Quando ouvimos esses sons, logo, disfarçados de "prontos para o público"? Outros que o façam! é que artista é coisa-alma, não precisa de mais nada, julgamentos, debates, nem porra nem unha, libera e pronto! é verdade. Se vier, beleza y recono-cimento. Precisa-se.com, de fato, de novas leituras "pra cima" do nosso cancioneiro popular (além de Heik, inseguríssimo de seu coração, e outros - difícil é trancar esses malacaras entre parentes, como sou, ralo espécula, primo afastado por linguagem, ainda bem que o diverso, se muito, nesse instante em que falamos música, afastado também por gênero artístico, uma visadinha de nada, pá-pum, e estão eles como escribas de mãoboca cheia de novo, mesorry, sobre o papel, pronto, abri a porteira, a buceta dos Meninos; sim, e sem quem venha abrandá-los - ou amansar o futuro dando um "cool" no que passou, SESCando - isso muito além de só ficarmos batendo palma e reeditando glórias nossas (e outra$, as maricas boas)- o que também nunca é uma ideia a se jogar fora, não seja, deixar descansar, dado que temos Música, passando por cima, desde que podemos ser vistos de fora como povo culturalmente foto-audio-registrável, ZerocataSeguros, para dar ou vender. De qualquer jeito político, liberador, papai-mamãe que for. A dádiva é maior. Os coisa-alma. E de qualidade - chega-se aos maiores gozos, acho. Mas só que, pensando (não só ouvindo forçado), de poucos anos pra cá, a música, tirando alguns roucos, sei lá, RioChico, sei lá, manolémontecarlo.blon........
Pá-Pum! Ouyes! Puxo sardinha do rosto: são meus amigos e vamos lá. The Best of Poetos. M'Atos! Quem me conhece sabe que nem ligo muito meu rádio interno pra música, mas tenho que reconhecer. E pronto. Ouçamos já! Saiam de mim (de meu ouvido-bolsa): os Pontualíssimos Poetas, Po(r)táveis, já pra lá - o Brasil é grande, e de capacidades, galões e garrafões de água, de volumes. O capim está alto demais propositadamente {2010}, ou agora modificado. Espalhem-se por aí. Da net aberta ao mundo físico e sensível a essas coisas nossas (mesmo que, neste tag, nokkias, intocadas em germe, em susto, verdade, em nada ou quase tudo pra nós, os invocados (malacaras) mas jamais perfeitamente empalhados estetas)... Reguem já com marés tshumanizadas! Entenda-se.com. Afewto comigo na tenda. Com. Soldado Tchaucohn. Por vontade, sou inevitavelmente Hairk&zulay, batistas, que in martelam (amortalizam), que batem, batem, batem; e se desse nosso afastado, MixxSaudade... desenvolvi isso tudo, fora de hora e lugar, sensorialmente, reflexo de música pá-pum-pró-lida. Dá-lhes SucataSeguros. Tengo malacara tamém, meus migos.
vou ler mais, mas as refer~encias eu conheço.
ave.
maria e mãe, amémsando tuuudo
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