7.6.09

Despedida

Estou, por um tempo, me afastando deste espaço (como de todos os blogs que participo, o meu, sobretudo). Como despedida, deixo um poema já saudosos deste espaço e dos amigos. Muita arte e grande abraço a todos!

do capitão

marujo oh marujo da equipagem
revela-me se o tempo é generoso
trazendo terra aos olhos indispondo-me
se obedece a milhares de fatores
e torna calmaria a tempestade

marujo oh marujo a mocidade
não é especiaria para as tábuas
é contra a natureza um mundo plano
que se ergue flutuante sobre o estranho
e salva do abismo as vaidades

marujo no futuro se restares
ileso ao peso forte da preguiça
serás um habitante das cabinas
e também condenarás o teu marujo
à pena inescapável das perguntas

mentira oh marujo às divisas
primeiro chegarão os reservados
os filhos das correias que mantêm
o barco sempre à frente navegando
na rota das moedas não lamentes

depois virão àqueles teus colegas
que a sorte na função do exercício
bafejou sobre eles a vidência
de alguma irregularidade nos ofícios
e o quepe pagará o seu silêncio

no fim, se ainda houver patentes
é tua a vez serás a tua glória
se firme suportares este vento
basta! marujo indolente ao trabalho!
tomara que a morte te leve mar adentro

Um comentário:

Chammé disse...

ô Guto,
que pasa, guero?
mal te falei "eai, comequecetá, senta ai, toma um chá" e vc já me vem com esse papo de despedida?
Poxa man, espero que o motivo seja bom memo. Teu poema já tem 'norráu', menino. Sempre escoltou o caminho dos meus posts - ficaram até parecendo arte tb. Agora o pessoal vai descobrir a verdade.

Anyway, cê cuida viu, mano.
Virtú e fortuna.