27.4.09

a menina que gostava de elviz e o rapas que amava menina

a alegria,
passou brincando
em tom gosador
sem modéstia,
senso e acompanhante।
Sempre gostei de minha mulher। Quando nos conhecemos ela tinha dezesseis anos e eu, vinte. No primeiro olhar, a quis como mulher.

Depois de muito, criei coragem a pedi em casamento. Disse que amava outro homem. Dei de cara. A surpresa me veio quando soube que o homem que ela amava era Elvis Presley.Voltei no outro dia seguinte, com uma idéia fixa na cabeça, ela não poderia ter nada com ele, pois, estava morto. Sendo assim, ela se casaria comigo. Para o meu espanto, ela aceitou a proposta de casamento. Fiquei bolado, a condição era que eu me vestisse de Elvis Presley, sempre que ela pedisse. Aceitei na mesma hora, mesmo com sendo doentia a obsessão. A amei no dia em que a vi.

Casei-me vestido de Elvis e o caralho a quatro, na festa só tocou musica dele. Foi um saco. Mas era tudo que eu queria. Ficar junto da mulher que eu sempre quis.

Ao cabo de alguns meses, passei a ser motivo de fofoca na vizinhança. Ouvia o caçoar. Alguns avacalhavam geral. Passei a me sentir humilhado. Me senti um demente compactuando com toda aquela situação de merda. Por conseqüência passei a não atender aos seus desejos: vestir-me de Elvis...
Um dia desses, cheguei em casa e ouvi gemidos altos vindo do nosso quarto, entrei meio escabreado e a vi se masturbando e gozando como nunca gozou comigo. Perguntei o porquê de tudo aquilo e ela me disse que estava fazendo amor com o homem da sua vida: Elvis Presley. Fiquei louco. Fui à cozinha, peguei uma faca e a furei todinha. Não suportei tamanha traição. Coloquei na vitrola um de seus discos, deitei-me a seu lado e compartilhei o último momento de nosso amor ao som de love me tender.

7 comentários:

Victor Meira disse...

Hahaha, esse conto é um barato. Acho que rola um Tarantino nele. É bacanérrimo, Berimba!

Jairo Borges disse...

Maravilhoso! Quanta emoção! t bom mesmo. O que seria da vida dele sem os sons de Elvis, podia apenas ter tido transas ruins e não as medianas q teve!

Lírica disse...

Quem amava quem, mesmo?... Somos sempre essas meninas e meninos grandes, arrastando seus mantos rotos em forma de fetiches, obsessões...
Esse conto me parece tão profundo quanto as facadas do protagonista em sua amada.
Na falta de Elvis concreto, ela foi no imaginário. Na falta da amada imaginada, ele foi... no Elvis...
De qualquer jeito: "Elvis não morreu!".
Parabéns pelo conto.

Berimba de Jesus disse...

valeu pessoas, preciso arrumar pontuação, se alguem puder dar uns toques na humildade seria a pampa.
meu abraço.

Renata de Aragão Lopes disse...

Curioso como, na literatura, o que é passional e tórrido esbarra na comicidade.
Eu adorei!

Guto Leite disse...

Também gostei bastante!! Dei risos sozinhos nesta manhã de feriado, depois fiquei sério pra não rir do "presunto". Berimba, se quiser, manda pro meu e-mail texto, que dou uma mão na pontuação, claro, é bom demais teu conto!

tomazmusso disse...

aumento o coro: muito manero! e continua com essa coisa de folhetim de pessoas comuns tao presente nos seus textos, que eu acho o máximo e nao consigo explicar direito, é como se fosse uma cor nos ambientes dos textos, como se fosse uma cor que corre durante todo um filme...
massademairdaconta!