13.4.09

#13 Queridos Bandidos IV (parte dois)

ENFIM, UMA SINOPSE DA ENTREVISTA

Gente, mais cedo vim aqui e pus a parte que segue com o título ENTREVISTA DE ALFREDO MANEVY, agora venho trazer um balancinho do papo. papo começou mesmo às onze, durou duas horas. Se pudermos colocar em algumas linhas o que houve:

Até hoje, nesses 18 anos de lei rouanet as empresas decidiram mesmo quem realizava e quem não realizava seu projeto. A cada um real que a empresa pagava de fato, nove eram dinheiro público. E elas, as empresas, que nem entendem de cultura, viram sempre os projetos como uma fatia de marketing de retorno rápido, ou isso, ou nem liberavam o dinheiro.

Depois, 30% dos 40 bilhões de reais captados por isenção fiscal foram gastos com áreas meio: advogados, despachantes e captadores, parece que eles foram os únicos a conseguir segurar as contas. Todo esse setor não existia antes de a lei existir e ele, e só ele, ficou rico mesmo, e isso sem entender nada de cultura.

E para acabar uma análise simples da lei nesses anos, além desses dois problemas sérios descritos, quando conseguia-se um bom projeto, que apresentava um bom produto, isso sempre a dinheiro de fundo perdido, ou seja, que o proponente não precisava devolver o dinheiro nem se tivesse lucro e conseguisse devolver, enfim, quando tinham um bom produto, o dinheiro acabava quase todo nesse produto. O que houve foi que a lei pensou como realizar produtos mas pensou pouco na acessibilidade e na distribuição desses produtos: ou seja, pouca gente viu o que foi feito.

A lei nova muda algumas dessas coisas, mas ainda não está em prática, nem aprovada foi. O caso é quem tiver interessado olhá-la, ela está em consulta pública na internet (pela primeira vez algo assim acontece). Bom, eu teria muito a dizer, mas o espaço já foi usado em demasia. Mas se pudermos ser canalhas, dá pra pensar o discurso atual do Ministério a partir dessas palavras: Diversidade, acessebilidade, preservação e difusão e upload de tuuuudo, incentivo da criatividade. Nada mal para um braço do tão temido Estado.

quem quiser, tenho já uma parte transcrita da entrevista, posso mandar, escreva.

3 comentários:

Victor Meira disse...

Me manda quanto terminar de transcrever, certo nego?

Isso é ótimo!

tomazmusso disse...

interessante isso. acho que vou ter que parar de correr de tudo que é lei, e encarar essa. vou me interar pra continuar o papo. valeu manolo!

Heyk disse...

valeu , galera.

Pra mi a questão é bem simples:

sou artista, quando não sou sou editor, quando não sou sou articulador de ações culturais e artísticas, quando não sou sou antropólogo.

e em todoas as a´reas de minha inserção essa lei entra de corpo inteiro.

Essa eu tenho que conhecer.

Coisa sobre a inclusão das questões indígenas e quilombolas, e sertanejas e tal, tudo isso a lei abarca. Não tem jeito.

A entrevista foi jóia, e o pessoal lá não é bobo, é interessante inclusive.

Mas o problema são as tais comissões mistas (governo / sociedade) elas ainda não tem regimento, e são elas mesmas que assinarão o seu regimento quando houver.

O que quer dizer que se não houver transparência elas mesmas vão escrever os absurdos em que se basear para fazer os absurdos que vão fazer.

Temos que ter cuidado.

Sempre alerta, escoteiro.