Meu desejo sem saber de nomes.
Pouco importa tua família ou escolaridade,
anseio o sentimento puro, sem racionalidades.
Te vestir como a linda roupa que você é,
agasalhar-me em tuas carnes, e, se permitir,
gentilmente nas entranhas te violo.
Depois de furada a roupa, jogam fora.
Mas não eu. Mesmo sem costura,
ainda lhe usaria com gosto.
Feito pantufa velha, moldo seu interior,
sem nunca lhe dirigir a palavra.
Perdão
-
Quisera ver-te em suplício
mas logo me dou conta
– e, de tudo, logo isso! –
que tu és eu.
Sou eu quem me amedronta.
Quisera acusar-te de tudo...
5 comentários:
Oi ! Você ganhou o Prêmio do Na Mira do Felipe.Favor retirá-lo o quanto antes,passando no meu blog ! O seu blog está na lista de ganhadores !!!!
Mano, quanto foi essa trepada?
Tenho certa familiaridade com essa filosofia (hehe), mas tem versos que realmente me intrigam.
A terceira estrofe me deu um nó na cabeça. Usaria com gosto mesmo sem costura? Que coisa.
O último verso da poesia é pra rasgar. Ele me deu outras pistas, me sugeriu uma leitura diferente. A partir dele, cogitei uma leitura em que o enigma das conotações não é uma moça, mas uma poesia.
E aí enxergar a poesia como uma coisa que se usa, mesmo quando já velha. Uma poesia que se perfura, que se fode, que sempre se modela.
E disso, mais dois caminhos acerca dessa interpretação: a composição em si e a contemplação de uma poesia já existente, que é mutante, já que a cada vez que é lida impressiona de um jeito diferente.
Legal, cabrón, bem bacana. Da interpretação conotativa mais evidente, gosto do tratamento carnal e violador. É bem bacana.
cacilds Pedrão.
Porrada.
Eu vi a mina mesmo aqui. Certamente doeu mais nela no que em mim.
adorei este poema;
e o curioso é que não vi sadismo, não, não vi a moça sendo doída, não.
vi a pureza de um relacionar-se (ou foder-se?) de uma forma mais despida possível.
abraçãos
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