7.1.09

Na sala do sino


Na minha passagem recente pelo RJ tive o prazer de conhecer uma banda classe A: Na sala do sino. Hoje em dia tem sido difícil reconhecer coisas novas que possuam originalidade e talento. No caso deles, esbanjam tudo isto e um pouco mais. Saquei no som e na performance dos caras, elementos que passeiam por um rock rural, com pitadas de baião e marchinhas carnavalescas, tudo isto de maneira bem despretensiosa, porém ousada e autêntica. Os malucos se apresentam caracterizados, com indumentária que remete muito às tradicionais trupes mambembes, com um fortíssimo ar de contracultura, me trazendo referências de figuras como Jorge Mautner e Sérgio Sampaio, pra cima. Enfim, eles vendem um cd demo por 6 pratas, produzido artesanalmente em embalagem de papelão, já com encarte em formato de libreto de poesia, contendo as letras das respectivas faixas presentes no mesmo (são 6 ao todo), e outras inserções de poetas/escritores do cenário alternativo do Rio. Alguns dos integrantes vendem poesia na rua e outros tocam violão nos ônibus, rodando o chapéu, ou seja, conteúdo somado a atitude, coisa difícil de encontrar atualmente no metier pseudo-glamouroso do indie rock nacional...

Pra quem estiver em ares cariocas, indico o show, sem medo de ser feliz. Confiram agenda na página dos caras, descrita abaixo. Acredito que muito em breve esses figuras terão o devido valor em maior proporção.



6 comentários:

Victor Meira disse...

Massa, Caco. Vou lá escutar e volto pra falar.

Abraço!

Victor Meira disse...

Haha, fui. O som é ótimo, bagunçado e divertido. Acho que a apresentação e a performance devem impressionar mais do que a música, no myspace. Mas gostei, e você descreveu legal o som dos caras.

Abraço!

Heyk disse...

isso aí, caco. A turma arrepia mesmo.

Victor, tem uns defeitinhos nas gravações, ao vivo eles são bem melhores mesmo.

Chammé disse...

Tirei um tempinho aqui prá ouvir o som. Dá pra perceber a diferença na gravação de uma faixa para outra, isso é normal mesmo, depende do lugar e indumentária que grava. De qualquer jeito, algumas faixas como "Urubu" e "Adeus" tão bem gravadas sim, da pra perceber todos instrumentos e tal. Mas não negarei o inevitável: o show ao vivo deve ser muito mais forte - não só pelo som, mas também por toda referência na imagem, na tropicália que o Caco nos situou.

Outra coisa que concordo plenamente com o autor: bem diferente da cena indie, famigerada em Sumpa. Tô pra ver a galeri do rock rodar o chapéu, viu. Louvado seja esse pé no chão.

Abrazzi, man.
Boa referência.

Caco Pontes disse...

é, meus caros, como o diz o Marcelo Montenegro (poeta bom e vivo, pra não dizer bon vivant): "que ser moderno, meu bem, dá nisso". E ainda, no fim do mesmo poema: "Que o cachê cobre a fiança".
Ainda publico este poema - Exile on main street- na íntegra por aqui.
Grande abraço!

Malaspina...pai disse...

Tulio,

Muito bom esse seu texto....essa relação das coroas ficou ótima.

Só não gostei de psicanalista analisando arte...

No mais nota 10....parabéns...