23.1.09

A 7ª arte com Penélope e Aníbal em: Clássicos.

Nessa história eu queria ser uma mosquinha em total repouso e observação na cadeira do cinema, quando Penélope e Aníbal finalmente foram assistir ao filme Vicky Cristina Barcelona.

Já contei um pouco da história do casal no Movimento Espontâneo. Trabalhamos juntos e sempre desconfiei que aqueles dois tinham um caso. E não é que Aníbal me confirmou. Mas parece que dessa vez a relação (ou seja, pegação mesmo) estava se desenvolvendo numa boa. Cineminha e tal.

Foi no dia 5 de janeiro, desse novo ano mesmo, que eles resolveram se encontrar no cinema de uma universidade. Afinal de contas, e que conta, os ingressos eram bem baratos. Apenas dois reais para todos. Isso tudo numa tarde de segunda. O espaço era daqueles bem antigos, com mais de 200 lugares e um aspecto de teatro ao redor. Pronto. Começa a sessão. Primeiro, como todos sabem, vem o trailer para logo a seguir começar o filme. Pipoca vai pra uma mão, depois vai pra outra. Como todo casal, a mão não vai somente até a pipoca. Ora, estamos falando de um casal simpático e saudável, né. Normal. E quando chega o momento ápice, Aníbal, como sempre ele, solta a pérola: "Quem fez esse filme mesmo?". Para a surpresa da Penélope e para aquela pelinha da pipoca que foi parar em sua garganta, a pergunta até que não foi a principal razão do seu choque, mas esse choque foi pelo fato do transe em que se encontrava, proporcionado pelo filme, ter acabado ali, ainda na metade do filme e com a pelinha atrapalhando a sua respiração. Eu também detesto análises e perguntas durante o filme. Me tira tanto do sério quanto da viagem. Bem, mas a história continuou, e Penélope, com o seu depósito de paciência em bom estado, retruca, depois de se recuperar do engasgo: "É do Woody Allen. Aquele que fez vários clássicos do cinema"...

Stop. Pára, pára tudo agora. É aqui que eu entro e corto a história. Vou jogar esta enquete aos zinabrenses de plantão. Como e desde quando um clássico do cinema vira um clássico? Quem determina isso? O que é um clássico pra vocês?

Obs.: Penélope e Aníbal ensaiam um segundo encontro, mas dessa vez não deve ser no cinema. Logo a mosquinha vai ter que mudar de lugar pra observar.

8 comentários:

Tulio Malaspina disse...

E ai cris, bem vinda a banda!
Bom texto para começar uma discussão, e também bom tópico para ser discutido!
Acredito que algo pode ser classificado como clássico a partir do momento em que este apresenta características que vem a ditar uma serie de outras criações. Não sei se pode se dizer dessa forma, mas arrisco; É a vanguarda que vira moda.

Que dizem meus amigos zinabráticos?

Anônimo disse...

Fala Tulio!
Obrigada pela receptividade.
Sou uma apaixonada por cinema e essa questão sempre deu umas cutucadas na minha mente. Até nos lugares que estudei eu recebia as famosas listas dos 100 clássicos do cinema. Sendo que muitos que estavam lá eu nem os considerava. Por isso eu joguei mesmo a merda no ventilador pra coletar o máximo de opiniões a respeito. E eu gostei da sua. Tô curiosa pra saber dos outros. hehehe

Victor Meira disse...

Penso que um clássico é um filme que mescla o sucesso no grande público com um trabalho competente do diretor (ou do ator protagonista, que por vezes fala por si só). Uma grande produção não é característica sine-qua-non, mas pode fazer surgir um clássico mesmo sem direção ou atuações boas (apesar de ser um caso não tão freqüente - yes, tremas!).

Aliás, talvez um bom jeito de explicar o fenômeno "clássico do cinema" seja cateorizar assim: trata-se de um filme que apela (comove de alguma forma) tanto para o grande público como para o público intelectual.

Né?

Acho também que os blockbusters que possuem roteiro original tem vida mais longa do que as adaptações.

Esses dias eu tava conversando com o Kobuti sobre o seguinte: na geração dos nossos filhos, diga aí uns 5 filmes do nosso tempo que serão tomados por clássicos. Entre meus chutes, figuravam Kill Bill e Matrix.

Bem-vinda, Chris!

Isaac Frederico disse...

é, essa tese do "apela" é que me faz mais sentido.
penso que um "clássico" é aquele que, rudemente falando, já mexe com o espectador de forma não-regrada, não-receitada, mas aquele impacto que demora a passar.
é um tema extenso... colocado no texto de forma leve !

tomazmusso disse...

Boa tarde! penso que um clássico seja uma obra prima! seja pela atuação dos atores, pela direção primorosa, e por alguns outros fatores até ocasionais as vezes, mas creio principalmente que seja um filme que marca época pela qualidade. é o público que escolhe clássicos ( e pela qualidade de público, não quantidade). pra mim alguns clássicos (do nosso tempo, como sugere o Victor): pulp ficction, caes de aluguel, scarface, madame satã, amelie poulain e etc etc etc.
ah, tem que ter duas ou mais cenas inesquecíveis que fiquem no imaginário do mundo.
Abraços

Heyk disse...

bien venida senhorita.

nem vou entrar em discussão de validade e de nomenclatura, quando tõ preguiçoso trato a questão superficialmente e Às vezes ajuda o debate:

clássico: a definição mais agradável que ouvi até hoje foi:

clássico é aquele troço que é meio atemporal: que traz questões e coisas que independente da época em que sejam vistos continuam relevantes e sempre atuais e de alguma maneira urgentes e que de bom grado podem voltar à cena.

clássico.

Mas as definições de escola: essas são o terror do terror. fulano entra, fulano não. Nem vamos contar quantos caras fantásticos nunca foram editados, ou reeditados ou lidos, ou vistos, ououvidos, só porque não lhes coube a apreciação (ou jaba, ou identificação de classe e outros) daqueles de seu tempo.

O Maquiavel colou, menos, mas relevantemente, o Espinosa também. Clássicos. Já o erasmo de roterdã e o thamas more são homens de um livro só (clássicos de um livro só que ninguém lê) e que se fossem outros os tempos, podiam ter virado gurus, talvez eles retornem, sei lá, tiraram o niezstche da gaveta, tiraram o polayni da gaveta, tiram a turma da gaveta, rola um movimento de classização com uns caras às vezes.

E tem os clássicos de anti escola, que são de escola: o woody allen é meio anti herói nessas tbm um pouco não é? é clássico de anti escola, o piva é clássico de anti-escola. Ninguém daqui nunca vai ler Hilda hilst na escola, mas é clássico e o willer, e o sganzerla, mas todos clássicos, pra mim. Elegam os seus clássicos, gatinhos e gaitnhas.

Boas noites

Heyk disse...

*** elejam, perdão!

Anônimo disse...

Tô adorando o que estou lendo de vcs, galera. Tô reunindo tudo comigo. Continuem. rs