13.1.09

13 Queridos Bandidos

você não precisa ler o texto inteiro.

Eu vim para falar dos meus. Com outras coisas em volta e outras coisas por dentro, o que será feito aqui foi feito antes na coluna dos começos de setenta Geléia geral.

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Tem já um ano e meio que chamei alguns caras e gurias nogueirenses na média pra escrever um blog. Vários toparam, a preguiça e o desentendimento bateram e dessa leva ficou firme o Victor, que na época já tinha entendido o convite como um pedido de casamento, ele tava certo; e ficou também o Bacana, mais calmo, quase sempre intenso. Agora o Maná tem outra cara, uma galera firme e boa de papo. Amém. Estamos fazendo uma arena democrática e líquida aos bons tempos da descartabilidade. Que assim seja, que lindo seja sempre.

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Há quase um ano quis chamar uns amigos pra publicar seus livros, daí o título, Queridos Bandidos, dado pelo Léo Xisto - que logo tá de livro novo na praça e com jornal pra frente de artistas autônomos, segurem aí. Era muito papo e pouca coisa de sólido, muita briga. A coisa ficou rarefeita. Nesse novembro choco me vem desmaiar 13 pessoas em casa. Dentre elas, dois Maloqueiristas e o Guila Sarmento. A ideia volta. Agora com nome dado pelo Berimba de Jesus – com livro bonito na praça, só não li ainda: Encarna­ se quiser saber mais ainda leia o prefácio: Encarna –, ah, o nome que ele deu pra coisa de publicar os livros: Eixada. E vamos de Eixada um No limite literário onde tomos os canalhas do planeta que quiserem publicar qualquer coisa em formato livreto pequenininho são bemvindos (sem hífem). A ideia de publicar os poetas de rua, os artistas estamos nos virando, sabe como é?, voltou com mais força, um ano depois da concepção e com mais experiência e competência comprovada – vide as realizações da Poesia Maloqueirista por aí; a ascensão meteórica dos Na sala do sino ; a insistência dos Maná Zinabre; e a verve de caras como Rod Britto. Entonces, interessados se movam e curiosos se cocem. Em breve a Eixada chega pra dar conta do recado.

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E no mais as novas vem pra breve. Victor Meira com livro bom na praça­, Beba, são pregos, o primeiro, de contos; e conciso fantástico e realista impreciso, pensante. Caco Pontes com o seu O incrível acordo entre o silêncio e o alter ego, lança vende resenrola e faz bem feito – o livro é um guia de contemporaneidades imprescindíveis cotidianas de alma kitsch e referências inaugurantes: tiazinha, ganhador da mega sena, as frieiras e os difíceis de se ser o que se pulsa pra ser – saboroso rápido e letal. Márcio-André vem de Ensaios Radioativos , esse livro certamente vai dar debate, porrada e muita diretriz pra quem tá afim de cortar a linha sem meia pataca, sem mais ou menos; Márcio-André inaugurando o ensaismo acessível e contextualizadíssimo à poesia-vida. Sobre esses três casos vou escrever mais, isso é só pra anunciar a revoada que vem.

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No mais, meu axé de palmada pra Fabiano Nunes, Alexandra Arakawa e os dois felipes que vão bem – o Flores e o Bacana; todos na montagem do Nas cordas do infinetesimal que agora engrena, em breve vai ter livreto, ensaio aberto e canseira pra platéia. Meu boa viagem pra Na sala do sino que fim de semana encarna pra Bahia, depois Pernambuco e o que mais for, pra mostrar que nem tudo tá morto, tocar rock de fazenda e fazer guri dançar. O Axé de força rum e jazz aos hermanos do BlogPresença, uma casa que adoro, cerveja gelada e poesia de calçada. E muita atenção pra Cecilia Palmeiro (essa aí ta sabendo de tudo), pro Alê Souto, pro Sergio Cohn e equipe Azougue e pro Afonso Henriques Neto.

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E no mais vamos de poema. Porque a língua é mesmo dura, umas das colunas fortes, e violentá-la é pulsão e função dos embaraçadores mesmo. Na dialética das apoteoses e situações lúdicas, ocupemos as sacadas, os saques e as praças. Ou vai-se o sagrado espaço público.

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Sigamos! Até mês que vem. Segurem.

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Adaptando tudo aos poucos às regrinhas novas do português, e brega porque não tenho de onde puxar outra coisa.

11 comentários:

Tulio Malaspina disse...

É, só vejo coisa boa surgindo desse casamento entre você o Victor. Por sorte fui topar com a sua noiva (Victor) que me colocou por dentro da jogada toda.
Sem a iniciativa de vocês acredito que seria difícil, e muito, a audácia de se lançar um livro (pelo menos para mim). Assim, com essa proposta acredito que fica mais fácil para mim e também para todos os outros artistas envolvidos se empenharem naquilo que o dia a dia nos toma sem pedir.
Bom, como poeta viciado e filósofo analfabeto, só tenho a aprender com esse casamento; ou suruba?

Grande abraço!!

Victor Meira disse...

Esse papo de noiva não tá legal.

Boa Heyk, achei bacana esse post. Achei útil. Dá uma contextualizada boa nos cenários em que os membros do Zinabre estão envolvidos (e nas possibilidades em que podem se envolver). Isso é ótimo.

Pessoal, pra quem não viu, no último link do post tem poesia aqui do poetão. Vão, sintam e apedrejem.

E é isso aí, Tulião. Se envolver e botar a mão na massa.

Abração!

Heyk disse...

É isso aí. Acho que falta mesmo. Falta a gente se saber por aí. Fofoca boa, sacam? foi fofoca o que vim fazer. E tem poema lá no blogpresenca.blogspot.com também. vejam sim. Là é coisa séria.

Na Transversal do Tempo - Acho que o amor é a ausência de engarrafamento disse...

Poetas Bah!!

Regras novas? E eu lá sou catedrático de bola e caneleira? jogo nas onze descarço no asfarto e dou bola pro invento. Sem essa de descaramento de me tirar o trema, có pobrema do trema?

Sem vergonhagem. A regraria dessenvorta das perdida virge das academia, traz de cunho e de prosa a imensidão do desalento. Pra que meu verso tem intento? Pra que tem troça e voz? Sabe lá?

e isso virô prosa e tudo por cotna docês, coisas bão.

Braço.

Na Transversal do Tempo - Acho que o amor é a ausência de engarrafamento disse...

Ah, cês são divurgado no meu brog desvisitado. e pur mei tumeim.

Caco Pontes disse...

Po, rapás, pirei na citação "o livro é um guia de contemporaneidades imprescindíveis cotidianas de alma kitsch e referências inaugurantes: tiazinha, ganhador da mega sena, as frieiras e os difíceis de se ser o que se pulsa pra ser – saboroso rápido e letal".
Achei de muito bom grado (e tom) as tais analogias.
E eu que ainda quero ler o Baghavad Gita, praticar o desapego essencial e obter maior desprendimento, enquanto este tempo não chega, faço uma pequena ratificação: O berimba deu a idéia do selo/publicações aquela noite em seu apê, e eu, entre o plano onírico (delírio) e a realidade, sugeri de pronto - que tal EIXADA, galera? Talvez isto não tenha tanta importância, mas como o fato me ocorreu, resolvi expôr aqui na lata. No mais o Maná 2.9 power tá denso. Axé, hermanos!

Heyk disse...

Pois é, eu nem sabia disso caco.

É a mesma coisa: os queridos bandidos o xisto falou se referindo a nós. Quem disse que valia como nome de coletivo, selo e não sei o que fui eu.

Agora virou o nome da coluna.

E quanto ao livro. Calma que correndo bem, mês que vem vem a crítica inteira.

Chegou o Mautner, né? Maravilha!

Rachel Souza disse...

Pois é Zé!
Um salve pra sua coluna e um axé de renovação!
P.S: Tá besta hein! Saindo em coluna social do "O Grobo" e tudo...rs
Beijo!

Heyk disse...

besta é quem me põe na coluna.

Guto Leite disse...

Aplausos pra nova cara do Maná e pro projetos mais do que sempre relevantes! Agora que chego, não saio. Venho ler sempre que vivo virtualmente! Grande abraço a todos, muitos destes, queridos.

Chammé disse...

Rapeize,
Cheguei atrasadérrimo pra fazer jus ao meu Eu não-cibernético. De qualquer maneira, e de jeito maneira, isso significa desapreço, hein.
Quanto ao texto, agradeço a pegada didática. Principalmente pra quem chega de para-quedas no meio da galeri que come e bebe arte, vale muito essa função de pegar na mão e apresentar um por um. Situa quem acabô de entrar na festa.

E segundo, é de tirar o chapéu essa iniciativa não só de fazer poesia, mas de REUNIR poesia. Logo nesses tempos de hiperindividualidade-headphone-meublog, nada mais curioso que esse comboio de artistas.

Abrazzi.
E vamo nessa pegada: puxa uma cadeira, pega um copo, senta aí.