20.8.08

Jogo de Xadrez

Duas mangueiras jogavam xadrez no ensolarado dia trinta. Ouviu-se uma manga caindo depois de horas sem assertividade. As árvores se encaravam. A mangueira maior estava com as brancas, e pensava muito antes de começar o jogo. Ambas, por conviverem juntas, projetavam imaginariamente a jogada do adversário. Pensavam muito, e por isso, não agiam, não eram imediatas. Mas isso não importa: nem tinham pressa. Aproveitavam cada minuto desenvolvendo a estratégia perfeita.

Eram duas excelentes jogadoras, e parte de sua inação era a consciência de que o oponente planejava um jogo tão perfeito quanto o seu. Aí batia até um pouco de insegurança - não por muitos momentos - em pensar que a estratégia do outro podia ser melhor que a sua. Mas logo se desfaziam desse receio que trava a inteligência e a capacidade tática.

Fulgente nas copas, o sol fazia o balão por cima do último dia do mês.

2 comentários:

Anônimo disse...

é legal essa coisa de ler e enxergar né...tipo o texto funcionando como um cinema.
assisti seu texto.

Vinicius

Heyk disse...

eu li. não consigo tirar essas coisas do contexto de fábula, sábio chinês.