Finda a noite em sol nascente
Crepúsculo das estrelas.
Torpe o álcool
circunda nossas veias
Rege nossa dança
Nossos suores
Nossos beijos
Ósculos de nossos sexos
Objeto
De nossos prazeres
Entrega-se em delírio
Na força nula de bêbeda
Passa o tempo
Passa o álcool e muda-se o texto. Já não tem a forma de antes.
Já não é mais espontâneo, já não soa como seus pensamentos. Agora se apresenta como arranjo, mostra-se forjado como a prosa em texto. Já não tem mais poesia é só conveniente. Como pode ser assim? Não deixar fluir a paixão, falsear a sensação é como ignorar metade do corpo, senão ele inteiro.
Agora arquiteta, palavra por palavra. Toma o cuido com sua expressão afim de fazer dela o mais apropriado. Preserva-se assim diante de uma mascara, mascara essa que vã, não a desprotege de nada? Estranha e doce é a ilusão, as vezes achamos que enganamos nosso âmago. Mas à face oculta das razões de nosso sentimento e esquecimento não conseguimos dissimular por completo, jamais, em nossas expressões.
Perdão
-
Quisera ver-te em suplício
mas logo me dou conta
– e, de tudo, logo isso! –
que tu és eu.
Sou eu quem me amedronta.
Quisera acusar-te de tudo...
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