1.7.08

Mariana [minina] Rocha

dedicado ao caro Guila Sarmento

........rarranhar ela veio
.........a.................... ando
................ra......nh...................teia
...........crispando as paredes do meu corpo
.
.........................................................dizendo
.......................................................... o além limite
.
............................... menina
.....que te tenho medo
..........................as patas
..........................as pretas
..........................os pelos
...............................
................................venenou-me tudo
..................................nem vacina à tempo
.....................................nem soro que chegue
.
......................no que morro,
........................t eu
....................p arto
.........e paro
e
...........te observo
.............................e.......queima
.
.................................
tÃO dura
....................
que segue
.
.
.
Presentoles: Mariana é uma moça da educação. É uma moça também lá na Suiça brasileira, Garanhuns - PE. É pedagoga in processum (inventando latim) na Rural Federal de Garanhuns. Já figurou duas antologias poéticas de blogueiros internáuticos e se vira entre as aulas, os maracatus, as fotos e os poemas. Ela tem uma transa do campo do interno que eu acho fundamental e que acaba sendo muitas vezes chamado como jeito de menina escrever. Os meninos não entendem nada sobre o lado que o coração bate. Para ver mais Mariana vá pro fe-minina-mente lá tem tudo da moça. Esse poema aí, dos primeiros dessa série que ela brinca com o espaço branco foi parido em função do Filho de meu pai do qual já falei aqui, do Guila. Vamos de Mariana. Bem vinda e bem quista. Boas tardes macacada.

8 comentários:

william galdino disse...

Só agora descobri que a "minina" se chama Mariana, já faz algum tempo que venho acompanhando os pecursos dela pelas palavras e pela fotografia , além da poesia e da prosa, se aventura como crítica de artes plásticas e se sai muito bem, menina de extrema sensibilidade que nos pare esses verso de tudo venenados sem tempo pra vacinarmo -nos.

Heyk disse...

Olha, esse é um dos poemas que acho mesmo dos melhores da mariana. Boto fé. Saiu redondo.
Pra quem reparar tem lances de fonética muito apertadinhos, como
"o além limite"

"que te tenho medo
as patas
as pretas
os pelos"

E coisa gráfica e de sentido legais pra caramba , como

"no que morro,
t eu
p arto
e paro"

isso é bom porque arrebenta pra dois lados: se juntar o 't' e o 'p' fica "teu parto" , mas se não ligar e deixar pra lá, fica "eu arto" quem lembrar arder que é bonito, mas fica parecendo com uma flexção de um verbo fazert arte 'arteur' eu arto - presente do indicativo.

ótimo é cheio de coisas boas, apontei essas, apontem as outras.

A que está escrita. disse...

Heyk, adorei o poema. Eu vi patas e arranhões, todos os rastros. Vou lá conhecer mais da Mariana.
Obrigada pela leitura atenciosa do Tramas. Isso faz um bem enorme para quem escreve com o pulso aberto, como eu.
Não conheço a Vânia Medeiros, mas sou enorme admiradora. É lindo quando desenho e palavra casam.
Um abraço e volte sempre por lá.

A que está escrita. disse...

Olha, mas não é que eu já conheço a "minina"!! rsrs
Outro abraço.

Isaac Frederico disse...

olhaí fera, a oferta de bons versos nos blogs que visito, nos últimos dias, tem sido sensacional.

eique, as virtudes que vc apontou, do poema, são as de tiro mais calibre, é uma construção muito meticulosa.

o "não há soro que chegue" pra mim é o ápice do poema, a reação em mim foi física, me peguei segurando os braços da cadeira putamerda tou ficando maluco neste navio ...

o zinabre não me tem permitido exercitar a crítica, eis o fato cru e feliz. abraçãos

A que está escrita. disse...

Olha, Heyk, quando você me perguntou ontem se eu a conhecia, resolvi escrever para ela. Ela já me respondeu e foi muito atenciosa. Adorei. Super obrigada. Beijo.

Beatriz disse...

Mariana, que lindo! Esses versos deslizando na página, crispando pros lados. E olho seguindo patas, pelos. seu medo.prá lá e prá cá. Parto tão dura que segue. E se vc não pára eu não saio daqui.
Li e gritei! ( assim como diz Heyk qdo gosta do que lê)
Moça, tô pasma! Se é que dizem "jeito blablawiskassachetblabla femeinino de escrever, então viva o gênero ;)))
Vou correndo no seu rastro prá , prá ca até o (fe)Minina!
Parabéns , Maná!

Anônimo disse...

minina, acaso você estava em trabalho mediúnico ao escrever este poema primoroso? que pintura... concreto lírico surreal, haha... me vi dentro do seu corpo, olhando com os seus olhos...

beijo maravilhado

Guila