17.7.08

CACHORRO MORRE EM EXPOSIÇÃO DE ARTE

Conforme comentado num antigo e homônimo post neste mesmo blog, a história do cachorro morto amarrado numa corrente que morreu na galeria de arte por falta de alimento virou música.

Assistam:

9 comentários:

Victor Meira disse...

Olha só quanta nobreza. Depois da crítica, o uso por parte do artista. Hahahaha.

É né.

Consumado o ato, a gente entra em dívida com o bichinho?

Vai saber.

Quanto ao formato que o Sol na Garganta apresenta, continuo na minha opnião velha besta, morrendo de vontade de mudar.

Mas a gente tem todo tempo do mundo.

Bêjo, legal.

Guila Sarmento disse...

O melhor seria ignorar o episódio para não dar IBOPE para o babaca que pensou isso. Eu fico me perguntando, como ninguém baixou o barraco e soltou o animal.

Unknown disse...

O começo para entender a importância dessa história e do porque não "deixar baixo" é se perguntar por exemplo porque ninguém soltou o bichinho-coitado.

Se todos babacas fossem iguais a esse artista a arte comtemporanea seria bem mais legal.


rs

Victor Meira disse...

A grande questão é a seguinte: qual é o valor artístico dessa instalação? A maioria dos artistas ficou tão moralmente chocado com a história que acha que a melhor medida a respeito do caso é colaborar com a espiral do silêncio e deixar morrer o assunto. Algo como uma dívida moral pra com o cachorro, e uma rejeição, uma repulsa em relação ao artista criador da instalação. O sentimento é bem comum e recorrente nesse nosso meio. Lá no FLAP, os comentários que eu eu ouvi a respeito da história eram sempre muito parecidos - e no mesmo tom - com esse do Guila.

O ruído vem do fato do Sol usar o fato pra fazer arte, já que expandem essa história com a alusão em verso e música. Falar do assunto é mantê-lo vivo, e então renegar esse dever moral comum dos artistas em relação ao caso.

Então, o valor artístico da instalação é menor ou maior do que a suportabilidade frente a sua..... imoralidade (ou amoralidade, aos simpatizantes da obra)? Há valor social? Estético? Ético? O artista que produz arte a partir dessa obra é tão repulsivo quanto o primeiro artista? Ah, e temos mesmo esse dever do silêncio?

Unknown disse...

Brilhante, Meira! Silenciar é o caralho!

Se provocar não é papel da arte de quem é o papel de provocar? (Sabendo que provocar é importante). Arte não tem papel, esqueci. rs
Mas a provocação é amiga da arte boa. Da arte que a gente bate no peito assim e fala: puta que pariu (do bem ou do mal) (gostando ou não gostando) (negócio é mexer... arte normal a gente caminha na galeria pra próxima da vez.

Sem contar o que tem por trás nessa história do Habacuc: ele não maltratou o cachorro porra nenhuma, ele era alimentado normalmente, só estava doente.. e depois, antes que terminasse a exposição fugiu. E mó câo que rola por aí de que ele vai fazer isso de novo com outro cachorro... tudo papo furado de spam de internet.

o cachorro está vivo!

Guila Sarmento disse...

Bom, afinal, o cachorro passou ou não passou fome, morreu ou nào morreu? O que chegou a mim era que a instalaçào deste imbecil era sobre um cachorro que passava fome e que depois morreu! Bom, arte para mim não atenta contra a vida, o que atenta contra a vida é a guerra ou os psicopatas! Então está bem, vamos agora valorizar os psicopatas com recalques infantis como brilhantes artistas que suscitam debates e provacam, podemos começar com os caçadores de marfim ou com o maluco do parque! Que grande artista, vocês não viram? Que obra aquelas vidas estupradas, vocês não acham?!

Victor Meira disse...

Pois é, Guila... Agora o Fabrício tá devendo a fonte dessa aí que ele disse, de que o cachorro não morreu, tava doente, e tal. Tô curioso.

Eu ia expandir, mas a gente não sabe a verdade sobre o caso.

Então eu confabulo um poquinho. Sabe, se é cachorro de rua, e tava doente, ia morrer de jeito ou de outro, né? Não se vê muita gente levando cão de rua pro veterinário.

O que o artista fez então foi um lance até meio velho, bem dadaísta, de museualizar (leia-se: botar dentro do museu) o objeto vulgar, trazendo-o ao status de "arte" - e, por meio disso, induzindo à contemplação do vulgar, abrindo a percepção pra diversos aspectos éticos e estéticos do objeto enquanto objeto e enquanto representação.

Mas claro, isso tudo é fábula, baseada em hipótese. Em outras palavras: merda nenhuma.

Fabrício, exigimos a verdade.

Victor Meira disse...

Olha, fui atrás de umas referências. A maioria dos blogs diz o que tá na boca do povo, que o Habacuc matou o cachorro mesmo, de fome e sede. Nada nem sobre doença.

Encontrei num blog chamado Cidadão Vet (ou qualquer coisa assim), alguém que dizia que era tudo uma farsa, fruto do "fenômeno internet", e que o cachorro não haveria morrido.

Segundo o blog: "De acordo com uma reportagem do jornal britânico Telegraph, tudo isso pode ter sido mais um desses mal entendidos que ganham força na internet. Segundo Juanita Bermudez, diretora da galeria onde se deu a polêmica, Guillermo tratou bem o cão, que acabou escapando do recinto um dia depois da exposição ter acontecido.'Ele só ficou amarrado nas três horas em que ocorreu a exibição para o público. No resto do tempo, ele foi regularmente alimentado com ração para cães, trazida pelo próprio Gullermo.', defende Juanita."

Tudo bem, isso é tão confiável quanto o diabo. Primeiro por ser blog. Segundo, - caso o blog não falte com a verdade - a história é contada pela diretora da galeria. Me parece, com todo respeito, piada.

Aí eu lembrei de um artigo do Gullar, na Ilustrada, que eu li a uns meses atrás, no qual ele toma o caso como verdade pra discutir o lance da institucionalização da arte. O artigo é bom, quem quiser, achei num blog: http://lucianotrigo.blogspot.c
om/2008/04/gullar-x-habacuc.html

O Gullar, assim, segue como sendo nossa fonte mais segura.

Até uma fonte mais segura, o cachorro morreu.

Cidadão Vet: http://www.interney.net/bl
ogs/cidadaovet/2008/04/29/a_
morte_do_cao_da_exposicao_de_
arte_pega/

Heyk disse...

Grande coisa.

se tivesse virado um sorvete por conta de um despacho de quimbanda seria muito mais legal. todo mundo ia achar um máximo...

ah, gente.

.