castidade é certeza rara.
desejo inventado.
nuvens pretas músicas.
sangue som fogo.
armar
é tocar um instrumento.
fez silêncio. fez-me rir na praia.
fez-me em versos quasecores.
é música e o resto fez canção.
rasgado sagrado queimado.
deus sem filho e sem mundo.
vento negro
sob a pele parda arrepia.
diamantepernas cerradas.
anjos safados vindos do prazer.
abre a perna pro destino torto!
rio de mistério e de janeiro.
é preta.
não nasceu aqui.
brotou sem lembranças e chora sem motivo.
é negra.
nasceu pra ser fantasma.
(Fabricio Noronha, livro "Sangue Som Fogo")
assista mais vídeos do grupo em http://br.youtube.com/solnagarganta
Perdão
-
Quisera ver-te em suplício
mas logo me dou conta
– e, de tudo, logo isso! –
que tu és eu.
Sou eu quem me amedronta.
Quisera acusar-te de tudo...
7 comentários:
Bacana a poesia. Fico feliz porque o conteúdo me atrai mais do que o formato.
Abrações pro Fabrício e pro Sol.
podecrer, o conteúdo é um retrato original do grande poder transformador... "vento sob a pele", belas imagens.
bom, isso me arrebenta muito, então não tem como ser racional pra julgar, não.
Fantástico.
É antigo isso, é?
foi gravado em dezembro de 2004. É trecho de uma música maior.
que bom que gostaram.
curiosidade: foi um verso desse poema que deu título ao meu livro "Sangue Som Fogo".
mais vídeo do Sol em http://br.youtube.com/solnagarganta
bração!
Há poucos dias achei escondido por entre as páginas de um livro do Quintana (que pertence a uma amiga)outras páginas intituladas "Coleção Trogolíria",contendo textos deste moço aí, o Fabrício, e mais dois meninos, que não me lembro o nome agora. Este postado aqui estava contido nessas referidas páginas.
Gosto de textos que leio como se estivesse engolindo-os. Este aqui é um destes, que me fazem o ler e reler com esta sensação... a cada frase, mais um pedaço.
"Abre a perna pro destino torto', so por estes versos o poema-cançao ja tem razao de ser, mas vai alem, e o casamento entre a palavra derramada e a hipnose sonora sao um tiro certeiro.
Postar um comentário