Movimento
oblongo
babel belarus
e soldados de
chumbo
quebra vozes
rasteira de
andarilho para a
santíssima trinada
tormenta instantânea
trama epifânica
caule abomentáculo
color trench
amorzinho
temor por toda a
tarde
oblongo
babel belarus
e soldados de
chumbo
quebra vozes
rasteira de
andarilho para a
santíssima trinada
tormenta instantânea
trama epifânica
caule abomentáculo
color trench
amorzinho
temor por toda a
tarde
5 comentários:
Heyk, parece-me que vc começa esta poesia de um prisma cósmico e vai fechando um zoom que dá a impressão de penetrar as coisas e realmente descerrar o manto, mas sem perder o encanto. Por exemplo: os soldados russos em antítese com a figura do soldado de chumbo... mas nada rígido ou apático pq entra a imagem nostálgica do quebra nozes. Aí vc entra num conflito. Como se as desmistificações da infância lhe atormentassem instantaneamente, mas a roda viva de outras descobertas lhe dão a coluna vertebral e os tentáculos e a visão, e a emoção... e a maturidade... e tudo culmina num ocaso bem intimista. Bela viagem.
Ô negão, legal, gosto.
Gosto do começo da poesia consciênte da própria forma oblonga em que se dispõe.
No mais, a poesia me veio como a leitura, por parte do autor, da própria tarde de trabalho, e da quebra que uma obra de arte faz nessa enfadonha rotina do labor. Do movimento que essa brecha causa às idéias, e da iluminação pelo deslocamento do manto que encobre e nebula os pensamentos do artista (essa ultima percepção em relação ao título da obra).
Me intrigam positivamente a liberdade e a desconexão das figuras, que correm soltas pela poesia vertebral. Todas florescem no campo poético pra fornecer estímulos sensíveis.
Dado isso, a tentativa a um entendimento lógico da poesia, digo, o entendimento que visa comparações num sistema racional de unificação, é vulgar, se não infrutífero. A poesia é pra ser entendida no nível sensível, como que a um passo ao mesmo tempo mais profundo que a conotação, e mais raso que a denotação, num nível sonoro.
É uma flor grega.
Bela, negão.
concordo com o vítor, não há que forjar um entendimento encadeado da poesia - ou desta poesia.
no "color trench" chegou-me um sorriso pré-gargalhada e sei muito bem dar valor a isso hehehe :)
bingo, criançada! A essa altura do campeonato tentar entender é dar sorte pra sola do sapato do amigo azul e estrelado logo aqui em cima.
Me cabe gozar. E ainda com análise dos fantasmas da infância. Nada poderia ser melhor.
Adoro fazer negócio com vcs.
Meu cérebro serve só pra proteger meu hipotálamo.
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