Ninguém se lê
A coluna completou um ciclo. Durante um ano trouxe a público o que me importunou, quis que os importunasse também. Os coletivos e as ações individuais que me chamaram a atenção, as iniciativas e apostas nas quais apostei e as perguntas que me tiraram o sono, tudo isso eu arranjei um jeito corrido e mal escrito de mostrar. E como balanço, trago um balanço. Na reta final deste 2009, vieram por diversas fontes novas, apesar de já vividas na prática, questões.
Primeiro. Ninguém se lê. O blog serviu nem de vitrine, já que não teve acesso algum. Continuamos não nos conhecendo, e continuamos ainda mais longe de estabelecer qualquer troca a níveis de influência ou linguagem. Isso não é um problema desta casa. E esse é um dos temas que trago.
Começo com Victor Turner. O cara é da antropologia, inglês, produziu durante uns 50 anos, tem uma obra vasta, mas vou trazer só um conceito dele, o de liminoide. Pro Turner, com a Revolução Industrial houve um deslocamento da ação de produção simbólica, ela deixa de ser parte da coluna vertebral da vida social (religião, trabalho, família) e vai para as margens da vida social (leia-se: as ciências modernas, a arte, o entretenimento). Esses seriam os gêneros liminoides, fenômenos de influência individual, mas de desdobramentos de massa; que estão relacionados à mercados de entretenimento, e que sem fazer parte da vida obrigatória do indivíduo, são tomados como parte essencial do cotidiano, já que o único vínculo com esses fenômenos é o do prazer, e do desejo, esses últimos raros na contemporaneidade.
Assim os gêneros liminoides do Turner passam a ser pontos de fuga e ao mesmo tempo produtores de diretrizes para a produção simbólica, para a subjetivação, e interpretação da vida social. Para ele, a reformulação nos valores e princípios da vida social que o fenômeno liminoide pode trazer, pode ter inclusive desdobramentos revolucionários.
Porque eu trouxe esse raio de teoria antropológica pra cá? Por causa disso: pra reafirmar a história de que a arte pode ser transformadora, e nós os artistas de sofá, temos algum papel.
E aí vou à segunda parte da conversa. O papel do artista. Recentemente houve na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, o Seminário Nacional Formação e Estatuto do Artista. Especialmente me chamou a atenção a fala de uma das cuidadoras da Fundação Joaquim Nabuco para assuntos de arte, Cristiana Tejo, ela é novinha, reivindica a geração mangue beat, e encurtando a história, falou muito sobre um aspecto que ela acredita essencial para a postura do artista: o fato de o cara conseguir falar sobre seu próprio trabalho. O artista não precisa ser teórico e crítico de artes mas, saber justificar minimamente os trâmites e os processos experienciais e conceituais que o levaram a concluir o seu trabalho como tal. O artista tem que saber qual é sua questão e quais as etapas de conflito e resolução que traz para essa questão.
Aí volto a seta para nós: no caso específico do cenário em que me encaixo não sei se os artistas não sabem falar sobre o seu trabalho, ou se não querem, ou se lhes falta oportunidade para tal. Se o caso for a primeira resposta ou a segunda, isso é uma merda, já que serve para reificar a ideia de que o gênio, o dom, o inato existem em arte. Posto que essa ideia já é criticada e revista o suficiente para que a deixamos de lado. Se o caso é a terceira resposta, isso também é um merda, porém, parte já de um pressuposto melhor, seja, de que os artistas querem trocar experiências, querem desmistificarem-se, porém ainda não encontram fóruns para tanto, ou seja, já tem a postura de que precisam para pensarem francamente sobre suas questões, mas falta ainda o lugar para que possam pensá-las em público.
Ainda tendo-nos como tema, levanto uma crítica séria à nossa postura, os artistas que estão em volta e dentro desse cenário em que me encaixo, passam muito pouco de público para as bandas que fazem parte do mesmo cenário. E aí me enquandro. Os escritores e artistas visuais não conhecem o trabalho uns dos outros, os músicos e front man’s da cena não trocam a não ser música, falta interação de linguagens e de motivo. Conhece-se o som que faz da turma, mas não as letras e raramente as imagens. Como reivindicar-se coletivo partindo dessa postura? Como continuar querendo público se nem nos prestigiamos uns aos outros, e quando o fazemos não estabelecemos qualquer vínculo de trocas ou crítica ou reflexão acerca do nosso trabalho? Essa é a questão do dia.
Mercado, produção executiva, inserção nos meios em que, como oficiais do ofício a que nos propomos, deveríamos nos inserir, isso fica para a próxima conversa. Feliz ressaca de ano novo.
Primeiro. Ninguém se lê. O blog serviu nem de vitrine, já que não teve acesso algum. Continuamos não nos conhecendo, e continuamos ainda mais longe de estabelecer qualquer troca a níveis de influência ou linguagem. Isso não é um problema desta casa. E esse é um dos temas que trago.
Começo com Victor Turner. O cara é da antropologia, inglês, produziu durante uns 50 anos, tem uma obra vasta, mas vou trazer só um conceito dele, o de liminoide. Pro Turner, com a Revolução Industrial houve um deslocamento da ação de produção simbólica, ela deixa de ser parte da coluna vertebral da vida social (religião, trabalho, família) e vai para as margens da vida social (leia-se: as ciências modernas, a arte, o entretenimento). Esses seriam os gêneros liminoides, fenômenos de influência individual, mas de desdobramentos de massa; que estão relacionados à mercados de entretenimento, e que sem fazer parte da vida obrigatória do indivíduo, são tomados como parte essencial do cotidiano, já que o único vínculo com esses fenômenos é o do prazer, e do desejo, esses últimos raros na contemporaneidade.
Assim os gêneros liminoides do Turner passam a ser pontos de fuga e ao mesmo tempo produtores de diretrizes para a produção simbólica, para a subjetivação, e interpretação da vida social. Para ele, a reformulação nos valores e princípios da vida social que o fenômeno liminoide pode trazer, pode ter inclusive desdobramentos revolucionários.
Porque eu trouxe esse raio de teoria antropológica pra cá? Por causa disso: pra reafirmar a história de que a arte pode ser transformadora, e nós os artistas de sofá, temos algum papel.
E aí vou à segunda parte da conversa. O papel do artista. Recentemente houve na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, o Seminário Nacional Formação e Estatuto do Artista. Especialmente me chamou a atenção a fala de uma das cuidadoras da Fundação Joaquim Nabuco para assuntos de arte, Cristiana Tejo, ela é novinha, reivindica a geração mangue beat, e encurtando a história, falou muito sobre um aspecto que ela acredita essencial para a postura do artista: o fato de o cara conseguir falar sobre seu próprio trabalho. O artista não precisa ser teórico e crítico de artes mas, saber justificar minimamente os trâmites e os processos experienciais e conceituais que o levaram a concluir o seu trabalho como tal. O artista tem que saber qual é sua questão e quais as etapas de conflito e resolução que traz para essa questão.
Aí volto a seta para nós: no caso específico do cenário em que me encaixo não sei se os artistas não sabem falar sobre o seu trabalho, ou se não querem, ou se lhes falta oportunidade para tal. Se o caso for a primeira resposta ou a segunda, isso é uma merda, já que serve para reificar a ideia de que o gênio, o dom, o inato existem em arte. Posto que essa ideia já é criticada e revista o suficiente para que a deixamos de lado. Se o caso é a terceira resposta, isso também é um merda, porém, parte já de um pressuposto melhor, seja, de que os artistas querem trocar experiências, querem desmistificarem-se, porém ainda não encontram fóruns para tanto, ou seja, já tem a postura de que precisam para pensarem francamente sobre suas questões, mas falta ainda o lugar para que possam pensá-las em público.
Ainda tendo-nos como tema, levanto uma crítica séria à nossa postura, os artistas que estão em volta e dentro desse cenário em que me encaixo, passam muito pouco de público para as bandas que fazem parte do mesmo cenário. E aí me enquandro. Os escritores e artistas visuais não conhecem o trabalho uns dos outros, os músicos e front man’s da cena não trocam a não ser música, falta interação de linguagens e de motivo. Conhece-se o som que faz da turma, mas não as letras e raramente as imagens. Como reivindicar-se coletivo partindo dessa postura? Como continuar querendo público se nem nos prestigiamos uns aos outros, e quando o fazemos não estabelecemos qualquer vínculo de trocas ou crítica ou reflexão acerca do nosso trabalho? Essa é a questão do dia.
Mercado, produção executiva, inserção nos meios em que, como oficiais do ofício a que nos propomos, deveríamos nos inserir, isso fica para a próxima conversa. Feliz ressaca de ano novo.
11 comentários:
o corpo responde: tenho dois ouvidos e uma boca. (e dois olhos, ainda)
falta abandonar-se e passar a se ocupar da coisa.
Manda esse texto para os jornais, para os planetas distantes. 2010 a gente faz um enredo bem juntinho, levando de girimum a chimarrom.
Um abraço cheio e aberto
É, a questão é espinhosa, poeta, e, a meu ver, passa por um tanto de coisa! No caso do Eixada (que estamos em parceria), acho que tivemos um bom resultado estético-social, mas, em contrapartida, a organização encontrou muitos solavancos no caminho. Outros perdem o estético, outros perdem o social, e assim vamos. Que temos que nos unir enquanto artistas capazes de explicar como chegaram à estética que compõem com sua arte, não tenho a menor dúvida. Só assim dá pra fazer algum tipo oposição à égide da mercadoria. Agora, como podemos fazer isso e qual o tamanho do coletivo pra tudo funcionar, sinceramente não sei. Tô na luta, poeta, e não tô cansado! Grande abraço e arte
Porra, eu gosto muito desse texto. Parabéns, Heyk, jogou o problema na mesa com sobriedade, critério e merecida urgência. Debatamo-lo.
Aliás, começo cavalgando ao lado do trem pra pular e pegar carona - acho que o texto já traz o embrião de uma proposta, a semente de um chamado à ação. Falo sobre o ponto da Cristiana Tejo e afirmo: o Maná Zinabre oferece suporte para a apresentação da nossa visão sobre o nosso trabalho e penso que essa ação pode ser o início de um salto desse nosso estado virtual (enquanto projeção, possibilidade) comunitário, ilusório e maquinal, para um estado verdadeiramente comunitário, onde acontecem trocas, discussão, debate, relacionamento.
Não acredito muito na idéia de vitrine, quando posta como proposta em si. Acredito que eventualmente o blog terá esse papel, mas que não deve suportar a estrutura como pilar principal. A maior virtude de um grupo como esse é a ágora formada pelo lugar-virtual (o virtual settelment, do Quentin Jones), e a possibilidade que temos de ultilizar bem esse espaço. Utilizar com propósito,
Vamo amordaçar 2010. Vamo pensar nisso aqui que a gente tem, e numa forma de criar um espaço verdadeiro. De fazer postagens com propósitos relacionados à comunidade, ou textos que chamem ao debate, que incomodem, que se relacionem com o penúltimo post. Vamo conversar dentro da nossa própria obra. Podemos criar propostas temáticas, pra nos unir em prol de um só eixo. Isso pode ser muito interessante, e pode fomentar esse espírito comunitário que almejamos.
Volto ao embrião da proposta: desvendados, agora, se não agirmos é porque não sabemos fazê-lo, ou não o queremos fazer. O lugar há, a oportunidade está aqui, no nosso lugar-virtual.
E então proponho: vamos usar o mês de Janeiro pra falar sobre o nosso trabalho? Centralização temática e proposta pra abrir diálogo e relacionamento aqui.
O que acham?
é, fiz uma reflexão teórica, mas isso é pouco. Vamos aos cordões do problema. Claro, ir aos cordões é refletir, apresentar, agir, refletir, costurar, agir. Então a proposta é boa!
Por email, débora icamiaba comenta que esse blog pode ser um espaço de crítica de novos autores, concordei, chutei a coisa de termos uma crítica semanal aqui, de áreas diversas ou não.
Ela tbm fala da emergência de fazermos leitores apreciadores: ir pra escola, presídio, lar, feira, e pegar o pessoal por onde se pega a sacola, pela alça, o lugar mais fácil de carregar (a alusão é minha não dela) para a leitura.
A raísa inocêncio, por email também, comentou que a eixada é uma proposta desse tipo: nos organizamos, fizemos um material legal, e cabe agora construirmos os desdobramentos desse material no país.
A ayná cadetti colocou uma questão importante: somos parecidos, mas não nos gostamos sempre, aí a obra perde valor, a coisa de nem sempre gostar da postura como gente do outro, o que atraplha a apreciar e debater a obra. Isso é danado, eu concordo com ela, mas Acredito no Giovani Baffo, que aposta da obra, não no artista, nessa ele acredita.
Acho que podemos investir nesse pensar. acha que pode ser um lugar. O lugar da troca. Quero mesmo é encher a cara com vocês e convivendo trocar, não podendo, vamos tentar chegar o mais perto disso. Tudo isso com a sobriedade que a reflexão precisa.
Ta ai! Muito bem colocado. E acho que essa não é apenas uma característica nossa, mas de grande parte dos blogs. O problema é o leitor? O conteúdo? O autor?
Fiquei um tempo pensando sobre isso e nunca cheguei a uma conclusão. Há pouco tempo surgiu o Overlei (http://www.overlei.blogspot.com/), coletivo que trata das artes visuais, apresentando o processo do trabalho e não o produto final em si.
Achei muito bom. Muito bom mesmo. É exatamente isso que temos que buscar aqui, as possibilidades, as dificuldades, as gambiarras. O produto final não é o que queremos colocar em pauta e sim as gastrites que tivemos para digerir toda a informação.
Gosto também da idéia do Victor de trazer temas a tona, mas acho imprescindível que trabalhemos com foco no processo e não no produto.
E vamos em frente!
é isso, criar processos, não eventos, como disse um cineasta moçambicano: evento é vento e passa.
muito bem colocado esse ponto. eu acho que realmente falta um pouco mais interação entre os leitores e participantes do coletivo. o ato de postar não pode virar uma coisa mecânica e obrigatória. a interação se faz necessária e ajuda a todos a crescer e desenvolver suas habilidades artísticas, seja elas quais forem.
eu tento vir aqui semanalmente, leio os textos que me chamam a atenção e comento quando acho que devo comentar alguma coisa. esse eu achei que deveria comentar. boa iniciativa. podemos pensar em algo para mudar essa situação para o próximo ano.
deve ser mesmo um problema típico, mas que pode ser minimizado.
sem mais, abraços, Heyk. percebo que vc é um cara interessado.
Trombei na questão dos coletivos durante um curso com cara de workshop com os caras da Cia de Foto.
Eles são um coletivo fotográfico, e assinam como tal. Pra abraçar a coletividade, houve um despremdimento da mitologia autoral.
Lendo os comentários, uma das questões que me veio é, se este grupo assina coletivamente no espaço, o Maná, porque as propostas não são unidas voltadas à um Norte - mesmo que este resolva, simplesmente, A ou B, já que a busca é por C, Z.
Acredito que, em boa parte, o formato vitrine se consolida pela distinção entre os produtos finais.
Um espaço aberto, é um mural. Não importa quão boas são as anotações ali dispostas, continuará sendo um mosaico, sujeito à disposições do leitor e da trajetória desejada por seu olhar.Concordo com Victor quando diz, vamos conversar dentro desta nossa obra.
Fazemos parte desta idéia desforme, um movimento transfronteiriço, essas crianças que descobriram o computaor, não pela sua engenharia, mas pelo que nos permite a evolução das latinhas com barbante.
tomo aqui uma atitude um pouco canalha para o bem do debate: esse texto que segue é do tenório, thiago tenório, que vocês podem achar aqui:
http://sagamundo.wordpress.com/
vejam:
está originalmente no meu http://heykpimenta.blogspot.com como comentário ao mesmo texto aqui do maná.
Ô Heyk,
Sinto-me igualmente afligido por essas suas questões, são pontos muito interessantes e pouquíssimo refletidos entre nós.
Isso tudo me divide porque vezes tenho certeza de que isso que você almeja - que os contemporâneos se leiam e se unam - é uma coisa que foge ao nosso controle - olha que papo de tragédia grega -, sim, o surgimento de um movimento, de uma ideologia, é um troço tão cheio de fatores ‘naturais’ que tentar forçar o manejo desses, é quase impossível.
Mas... Por outro lado, não me conformo também. Fico imaginando - de verdade, traçando metas e estratégias - que será que é preciso um líder carismático, um Noel, um Mário ou Oswald, um Chico, um Cazuza, um Gonzaguinha, um Caetano para mover as partes? E daí saio por aí querendo ser olheiro, querendo achar essa pessoa agregadora, risos. É preciso uma ditadura, uma semana de arte moderna, o escândalo? O que então?
Depois penso que tal ação só acontece quando o inconsciente coletivo encontra um diapasão em comum, uma só voz mesmo - coisa de comercial de fim de ano da Globo. Tem uns caras extraordinários que aparecem de quando em quando e, saindo de dentro de si, conseguem colher a subjetividade que assola uma geração. É um troço difícil da porra. Tem uma escritora chamada Ana Paula Maia, o pessoal anda falando muito nela. Eu gosto e recomendo. Dizem que, num certo aspecto, ela fez isso: uma leitura dum sufoco que passamos. A brutalidade secando as pessoas por dentro. O Jabor outro dia disse isso: que o artista tem que agora insistir numa arte de delicadeza, uma volta à uma construção emocional, porque o homem está ficando bruto, sem substância interna.
Sei lá. Volto a dizer que é um troço que não se controla, é tipo a iluminação budista: acontece de repente - mas vinda de uma sucessão de esforços pra tal. Mas se é pra tentar dar lógica ao que não tem lógica, acho que - concordando muitíssimo com você - primeiro temos que nos ler, sinto isso, ninguém lê contemporâneo, só os mortos. Eu falo para minha mulher: só gosto de livro e autor novos, pois são estes que estão vivos aqui e agora, são eles que vivem aí fora e trazem pra dentro do papel a angústia de uma época, são eles que me interessam.
A segunda coisa, e isso é muitoooo difícil, é - na marra - encontrar esse diapasão, esta sede que ninguém sabe de quê, mas, quando diante do elixir, afirme: Ah! Era isso que eu queria tomar, só não sabia! Obrigado, artistas. Daí quando essa fome - antes era sede, viu como estou bem? risos - se multiplicar acho que um movimento, uma revolução cultural pode acontecer... Ou estou sendo apenas simplista, idealista demais...
Não cheguei a lugar nenhum, é o que estou sentindo enquanto escrevo essa linha. Como diz o seu último poema: ‘quanto é o enquanto?’. Mas enfim, tive vontade de escrever. É isso.
Saudações
Tiago Tenório
P.S.: escrevi para você no poema dia. E amanhã, que é meu dia lá, acho que vou colocar algo inspirado nesse seu estudo interessantíssimo da Autopoiese. Abraços.
É... não sei.
O contemporâneo é marcado pela dissolução das personas, dos entes e das autorias. Esse é um traço e, creio que, talvez essa fragmentação identitária favoreça a fragmentação do olhar. Uma atenção no X pode atrapalhar a atenção no Y e o sujeito contemporâneo não pode perder tempo, ele quer a pluralidade de experiências para somar e enriquecer o olhar, já que não há mais a idéia do "gênio". Bom, pensei isso agora, às 2 da manhã. Volto pra um laiá mais sério.
Beijoetchau
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