11.8.09

em meio a tantos brasis
e todos os seus
-pretos/brás-
eis que me
identifico aqui
barco sem cais

marinheiro só/brio
na brisa do mar

garganta profunda
viagens insólitas
e tantas outras vinhetas
de sessão da tarde
pra se re-configurar

brasis adentro
mundus afora

vai à forra
sempre em frente
tantas vezes
carnaval

Um comentário:

Victor Meira disse...

Gostei, Cacó! Legal, mano. O que me incomoda muito são os trocadilhos (petrobrás e sóbrio). O recurso sempre me soa como uma sacadinha gratuita, boba. Mas isso é gosto pessoal, eu acho (tudo é gosto pessoal, num é?).

A linha simples é bacana. A imagem continental (barco sem cais na brisa do mar) é bonita. Gosto da aparição de elementos comerciais, como "petrobrás" e "sessão da tarde", porque são elementos intrínsecos à realidade (social, folclórica, cotidiana) brasileira. Tão reais quanto as figuras que as acompanham - o mar, o barco, o cais, o carnaval, o brasil. Penso que escritor nenhum deve evitar a menção desses elementos da nossa contemporaneidade. O comércio e a globalização são a nossa mitologia.

Legal, mano.