29.6.09

parto.


A agulha cortava o relevo do disco negro, jogando num canto inconstante uma vontade que nascera há muito, perdida na multidão inconsciente.

Um dia a câmera caiu na mão, o entusiasmo fez-se, e, de dentro pra fora , a explosão atropelou a mil.

"O cara novo, taí com umas fotos embaixo do braço." Taí.

"Aos seis anos andou pela primeira vez de ônibus. A velha ao lado cheirava a queijo."

Tentei preceder a foto com a frase, falhei - a imagem era velha, esquecida numa destas gavetas dos dias.

Me emprestaram o espaço, deixo a apresentação - pra fazer educação.
Saravá.

2 comentários:

Victor Meira disse...

O cara novo taí! Haha.

Jira, tudo belo, nego. É uma pena que a frase não tenha precedido a foto, mas essa que você postou caiu como uma luva. Há lembrança no embaçado da memória e mistério nas pernas ao fundo. O cheiro de queijo era muito desagradável, a ponto de fazê-lo chorar só por isso. Aliás, ele nem soube na hora, nem entendeu o porque do próprio choro.

Bem vindo, Jiró!
Vida longa!

Chammé disse...

Ah, meu filho, demorei séculos, mas cheguei a esse post.

Poxa filhão, essa foto é fan-tóis-tic flavor (vide Jamie Oliver). Já tinha visto no varal da sua casa, se nao me engano. O legal da sua legenda é que dá uma contexto que eu nem tinha pensado: o dá vó, e do queijo.

Quando vi aquelas bochechas, fiquei pensando só como a infância é nublada, muitas vezes. Lembro tanto de fazer uns rolês nada vê, como colar no sacolão com minha mãe. Poder de escolha, jamais: é dar o braço e sair arrastado por sóis matinais.

Essa foto é reminescência.

Abrazzi.