17.4.09

Semanário

Segunda logo de manhã um bafo de selva invade as ventas sem nem perguntar ou pedir consentimento prévio. O bafo vem invadindo os arredores, indo, indo... Até se realocar pelo corpo todo
O ventilador de merda é pouco, não venta. Não dá refresco nem à sombra. O bafo é quente e ela acorda molhada e sozinha.
Ela agüenta a rotina sem pressa ou medo, os peitos doem e a buceta dilata. Ela tá sozinha...
Melancolicamente desesperada ela dribla o calor com chuveiro frio e dedos bem posicionados nas ausências. Em solidariedade as coisas mudam, anunciam uma misericórdia encharcada em furor. Intumescidas sílabas ditas na duração de uma manhã sólida sem arestas
Nada lhe é barato. Ela está sozinha...
Aí vem a noite e goteja sobre ela o anúncio de uma terça-feira. Ainda úmida e quente embora amena nas bordas e quinas. Tudo brilha. Sua imaginação de rock com levada e mãos firmes garante um sono tranqüilo de horas curtas.

e vem a quarta e vem a quinta...Antecessoras de uma sexta-feira redentora e paciente.

A língua sente a carótida arregaçada de vontades e colesterol.Coração na boca. Cafézinho preto. Chazinho de maçã e pão com queijo. Lufada de ar na nuca. Sussurros em espera. Shhhhh...

Bem vinda chegada em lustrosas propostas.Em riste as questões se resolvem. Justificadas irrigações em fluxo na quebrada das horas. Respiração impiedosa e falha. A morte descendo pelas costas renascendo os pêlos. Mais e mais e quase tudo no cabimento da noite-madrugada bolha de sangue quente.É rock-semi-jazz! Cilindríca viagem às convidativas esquinas e centros. Pela beiradas o sábado adentra forte, com estocadas pra foder com tudo.

2 comentários:

Lucas Vallim disse...

Muito legal! Gostei

até logo

tomazmusso disse...

muito bom. algumas mulheres tem essa coragem e naturalidade ao falar de sexo, amor, paixão, estocadas pra fuder com tudo, falar de delirios do corpo e essa linguagem vadia, sincera! adorei! inspira.