27.3.09

conquistas e guerras


{:::}

os últimos a abrir torneiras
deixam escorrer por elas suas lágrimas
elegantemente com uma emoção inesquecível
a boa vontade alheia não faz pequenos confortos
impõe a diferença nada difícil de fazer a
base de gargalhadas.
abrir um sorriso especial
é dar por finalizado o espetáculo.



{:::}

em ziguezague
ela morreu onde você está.
taparam seu corpo com papelão,
não deu para disfarçar o cheiro.
não vi seus gestos de despedida.
por falsas identidades,
falei a ela o que sentia.
por mais que eu tenha tentado,
hoje vivo menos inspirado,
um distraído personagem.



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sair pra rua
acender uma vela pros guias
e fazer uma oração pro ritual
com as mesmas palavras
ditas mais fortes
para vencer as dificuldades.


{:::}

o retrato dilacerante
de um rebolado
é deprimente.


{:::}

a esse coquetismo,
uma passagem mais alentada
ao meu coração nos dias de hoje.
a lógica, um beijo.
pela graça divina dos detalhes
um teste dificilmente mais precioso,
ainda mais, quando não se há perguntas
e o peso dos sonhos.

2 comentários:

Heyk disse...

tá ótimo, berimba

gostei desse tom de prosa, de relato de "viagem"

escuta, põe um conto no maná uma hora dessa. o giovani me falou muito bem dos seus contos.

tomazmusso disse...

que doido. foge a razão, fica o gosto, e o devaneio esquivo por entre os fios, voando voando, no oco que esses versos fazem dentro de mim, nesse oco dá eco. bela poesia, é muito boa de ler.