25.2.08

Abalar -- série ilustrações poeticas--


Abalar

3 comentários:

Victor Meira disse...

Bem bacana, Leon.

Heyk disse...

Bom, eu já disse direto pro autor, mas esse trabalho eu gostei. Mas gostei bem e ao mesmo tempo ele me instiga muito e tbm pede uma calma aê, heyk.

Olhem porque:

O quehá é assim, a ressalva que eu tenho: o trabalho num tem textura. Fica muito ilustração, isso porque é digital. Mas num empobrece ele. Sò gosto mais com textura. Tirando isso o trabalho é maravilhoso.

A parte que me anima e pede calma ao mesmo tempo é conceitual:

É uma cabeça que tá no centro do céu. É uma cabeça "humana" que é o Sol. Isso pra mim é complicado porque remete a força da liberdade de explosão evasão e criação, do abalo como o Leon quis, que quer dizer ir embora, mas também me remete a uma coisa iluminista. E de iluminismo eu tô por aqui por que é graças a essa postura intelectual de deixar deus pra trás (não gosto de deus não, mas foi essa a justificativa dos caras na época) que a coisa desendou e veio a ansia do progresso e as descabecices tecnológicas, o evolucionismo cultural, o facismo. Tá tudo nessa linha da iluminação do homem, veio daí.
Bom, isso no caso da iluminação ocidental, né? O iluminação oriental já tem outras finalidades e preceitos e tudo.

E foi essa minha ressalva: Até onde estamos no centro dessa coisa? Até onde já destruímos tudo por acreditarmos que estávamos no centro, né?

É a crise.

E bom trabalho, Leon.

Victor Meira disse...

Já eu acho muito positivo o egotismo da personagem na obra.

Num segundo ponto de vista, o indivíduo-sol não tem identidade, e portanto representa duas coisas: representa o homem sem identidade, em que, nessa medida, passa a ser O Homem, digo, todos os homens; e a representação corrente de divindade em seu ápice formal: o homem. Das duas, fico com o egotismo e a não-identidade que forma o plural, da primeira leitura.

Ao contrário do Heyk, penso que o iluminismo não veio pra instaurar facismo nenhum. Facismo é o que se tinha antes disso com a Teocracia desvairada e a falta de noção de indivíduo. O progressismo positivista veio sim, tecnológica e culturalmente, com essa descoberta do ego à frente do indivíduo como tijolo do corpo social. O antropocentrismo não veio pro bem ou pro mal - ele veio.

E já construímos muito por acreditarmos que estamos no centro, certo? (espero que "construção" aqui seja lido como oposto do "destruímos" no fim do comentário do heyk, seja, sem cabresto e espírito pequeno).

Sobre a textura, a obra não parece muito trabalhada, mas gosto de considerar um estilo. Faço muita ilustração também (já que tô no mesmo setor do leon) e a coisa me agrada.

Gosto também do detalhe da grossura do traço em relação à profundidade. Me agrada bastante, e dá isso que a falta de textura teóricamente deixa a desejar.

Coisa boa, leon.